A equipe do governo de transição definiu o nome do general Maynard Marques de Santa Rosa para comandar o PPI (Programa de Parceria de Investimentos), que continuará vinculado à Secretaria-Geral. A informação é da Folha.

Segundo a publicação, o nome de Santa Rosa foi confirmado pelo futuro ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno. O comando do PPI, que centralizará as privatizações e as concessões de Bolsonaro, é alvo de disputa interna do futuro governo.

“É uma área estratégica para o presidente e será mantida na Secretaria-Geral”, afirmou Bebianno à Folha.

Santa Rosa é general da reserva e já chefiou o departamento Pessoal do Exército durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele foi exonerado pelo então ministro da Defesa, Nelson Jobim, depois de a Folha ter publicado trechos de uma carta na qual criticava a Comissão Nacional da Verdade, criada para investigar crimes de violação aos direitos humanos durante o regime militar.

Como mostra reportagem da Folha publicada nesta terça-feira (27), a área de infraestrutura se tornou uma espécie de prova de fogo para a proposta do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), de promover o fim das negociações políticas na destinação de verbas para obras públicas —o conhecido toma lá dá cá.

Desde a campanha, ele queria deixar a área com os militares, mas vem sofrendo forte pressão de segmentos políticos e empresariais.

Com a definição do PPI nas mãos de um militar, resta ainda decidir o futuro de outras áreas de infraestrutura, como o Ministério de Minas e Energia e o de Transportes, Portos e Aviação Civil.

Um dos cotados para a área de parcerias e privatizações foi Pablo Tatim, hoje braço direito do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, também chegou a pedir que o programa ficasse aos seus cuidados.

Ficou definido, contudo, que a Secretaria-Geral manterá a estrutura de hoje, o PPI e também a Secom. De acordo com Bebianno, outro general da reserva, o ex-comandante do Haiti Floriano Peixoto Vieira Neto, cuidará da parte de contratos de publicidade do governo.

Ele está analisando, por exemplo, os contratos que estão em andamento e vencem nos próximos meses, como os que cuidam das redes sociais e outros canais institucionais.

O futuro chefe da Secretaria-Geral disse ainda que a Secom será dividida em duas áreas: uma que cuidará de publicidade e comunicação institucional e outra, do contato com a imprensa, função que será assumida por um porta-voz do futuro governo. Na semana passada, Bolsonaro cogitou a possibilidade de indicar como ministro da Secom um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

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