Depois da divulgação de um memorando secreto da CIA que revela o conhecimento do então presidente da república, Ernesto Geisel, em relação à execução de opositores durante o regime militar, o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Leo Prates condenou qualquer tipo de atentado à democracia e ao direito da manifestação contrária ao pensamento e opinião, destacando a importância de olhar para trás como forma de evitar a repetição dos erros.

De acordo com Prates, a sociedade é formada por indivíduos de realidades e opiniões diferentes, e o respeito ao posicionamento oposto é essencial para a construção de um Brasil justo para toda a população. “Lembrar do passado e condenar atos de agressão à democracia é fundamental, pois vivemos um tempo em que reputações estão sendo destruídas por ações irresponsáveis, principalmente nas redes sociais e o discurso de difamação contra o oposto se tornou corriqueiro”, explica. “Discordar é parte da democracia, atentar contra o opositor, ofender, agredir é crime. E a luta por um país melhor passa pelo campo das ideias, onde encontramos o equilíbrio para transformar a nossa realidade em algo positivo, evitando de que voltemos a cometer os mesmos erros de antes”.

O documento encaminhado pelo então diretor da CIA, William Egan Colby, ao secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, relata a situação do Brasil e ressalta que os métodos “extra-legais deveriam continuar a ser empregados contra subversivos perigosos”. Em 1973, 104 pessoas “nesta categoria” foram sumariamente executados pelo regime, e que todas as execuções deveriam ser aprovadas por João Baptista Figueiredo, sucessor de Geisel, presidente entre 1979 e 1985.

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