O Jornal Nacional publicou a gravação da audiência de custódia em que o doleiro Lúcio Funaro apresentou ao juiz os argumentos para ficar em prisão domiciliar, com monitoramento providenciado por ele mesmo.

Depois de um ano e meio na cadeia, o doleiro queria trocar a penitenciária da Papuda pela prisão domiciliar. Mas logo no início da audiência o juiz avisou que em Brasília não há tornozeleiras eletrônicas.

Lúcio Funaro, apontado como operador do esquema de corrupção do PMDB na Câmara fez delação premiada. Nos depoimentos, relatou vários casos de corrupção envolvendo nomes como do ex-ministro Geddel Vieira e do presidente Michel Temer. O acordo previa a mudança de regime para prisão domiciliar.

Sem a tornozeleira, o juiz queria manter Funaro em Brasília, mas aí o doleiro apresentou uma solução. Pediu para ir para um sítio dele no município de Vargem Grande do Sul, em São Paulo, onde, segundo ele, foi montada uma estrutura de monitoramento por meio de câmeras de segurança. O Ministério Público já tinha dado um parecer favorável. Mas faltava convencer o juiz, segundo o G1. E foi nessa conversa para convencer o juiz que ele confessou ter sido o responsável pela apreensão “da maior quantidade de dinheiro vivo pela Polícia Federal já feita no Brasil”, se referindo às malas encontradas no apartamento de Geddel:

“As senhas das câmeras quem vão ter vai ser o juízo e o MPF. Ou seja, o senhor a qualquer hora do dia vai poder entrar na câmera e falar: pede para o Lúcio aparecer na frente da câmera. Segundo: em termos de segurança minha, pessoal, e da minha família, é muito mais fácil eu fazer essa segurança numa cidade pequena do que numa cidade que nem Brasília. O senhor há de convir que hoje eu vivo uma batalha contra o governo. Foi por minha causa que foi apreendido, uma das causas que foi apreendido a maior quantidade de dinheiro vivo pela Polícia Federal já feita no Brasil”.

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