Nas 48 horas que passou em Nova York, o presidente Michel Temer vendeu aos americanos e ao mundo um Brasil que deixou a “recessão para trás” e que “voltou para ficar”, sem mencionar em nenhuma de suas intervenções o delicado momento político no país, após a apresentação de duas denúncias contra ele.

Ao abrir os debates gerais da Assembleia Geral da ONU na terça-feira (19) e falar a investidores estrangeiros na quarta-feira, Temer afirmou que assumiu o país em meio a uma grave crise econômica e que a agenda de reformas tocada por seu governo “já trouxe de volta a confiança, o crescimento e os empregos”.

“A recessão ficou para trás. A inflação, que superava 10%, agora está abaixo de 2,5%. E estou falando de um governo que não tem quatro anos, mas de um governo de 17 meses”, disse, durante um seminário organizado pelo jornal “Financial Times”.

“Fiz questão de vir aqui para falar sobre o momento de transformações modernizadoras que o Brasil está atravessando: momento de reformas, de maior abertura ao mundo, de renovadas oportunidades”, afirmou.

Temer também evitou, durante todo o período, perguntas da imprensa sobre as denúncias e sobre a queda na sua aprovação. Em uma entrevista aberta a um público de empresários na sede da Reuters, ele teve que falar sobre o tema e disse que as acusações contra ele são “inverdades absolutas”.

Aos investidores estrangeiros, também disse que eles não devem mais se preocupar com o “fenômeno corruptor” diante do bom funcionamento das instituições.

“O investidor estrangeiro que vai para lá [Brasil], sabedor de que nós vivemos em uma democracia plena, que as instituições estão funcionando, vai com muito maior entusiasmo”, disse.

AMBIENTE

Aos estrangeiros, nesta quarta, Temer destacou que o país está “desburocratizando a vida do empreendedor”, que seu governo está cuidando para “consolidar um ambiente de negócios de maior racionalidade e maior segurança jurídica” e que há “um amplo esforço de simplificação do sistema tributário”.

Segundo ele, para a população, “não importa se o serviço é prestado pelo Estado ou pela iniciativa privada, desde que seja um serviço acessível e de qualidade”.

“É por isso que acolhemos, de braços abertos, todos os que quiserem vir ao Brasil para ampliar nossa infraestrutura, movimentar nossa economia, gerar empregos.”

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