Durante uma coletiva de imprensa ao final de sua visita de Estado ao Japão, em Tóquio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que tomará “duas decisões” em resposta à taxação de 25% sobre o aço brasileiro imposta pelo ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos.

Lula afirmou que o Brasil irá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e também considerará a possibilidade de sobretaxar produtos americanos importados. “É colocar em prática a lei da reciprocidade”, disse. Ele enfatizou que não se pode ficar inerte diante de ações unilaterais.

“O comércio bilateral envolve tanto a exportação quanto a importação. Os Estados Unidos não apenas compram do Brasil, mas também vendem”, destacou. O presidente ressaltou que o comércio entre Brasil e EUA é “muito equilibrado”, com um volume total de aproximadamente US$ 87 bilhões, sendo o Brasil superavitário em US$ 7 bilhões.

Lula expressou preocupação com a política protecionista americana, afirmando que isso dificulta o comércio global e pode ter consequências negativas até mesmo para os Estados Unidos, como o aumento dos preços e a inflação. “O presidente Trump deve medir os efeitos de suas decisões”, alertou.

Em relação ao comércio com o Japão, Lula reafirmou seu compromisso com o acordo do Mercosul e manifestou otimismo quanto à abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira. Ele se ofereceu para facilitar inspeções por especialistas japoneses e demonstrou confiança na resolução dessa questão ainda neste ano.

Após sua passagem por Tóquio, Lula embarcou para Hanói, no Vietnã, onde também busca avanços nas negociações sobre a carne bovina e outros produtos alimentícios. De acordo com membros da delegação brasileira, as perspectivas para a abertura do mercado vietnamita estão mais promissoras, incluindo possíveis investimentos brasileiros no setor alimentício local.

A visita de Lula ao Japão e Vietnã representa um esforço contínuo para fortalecer laços comerciais e aumentar as exportações brasileiras em um cenário global desafiador.