Com apenas um triunfo em seis jogos, Rubro-Negro tem pior aproveitamento em casa do Campeonato Brasileiro; média de público no ano é de 9.057 torcedores

mpossível dizer que a provocação de Jean, do Bahia, ao final do clássico do último domingo, no Barradão, veio do nada. Questionado sobre as vaias da torcida do Vitória ao longo de todo o jogo, o goleiro tricolor ironizou e disse que “não sentiu a pressão de duas mil pessoas”. Na verdade, foram 10.741 pagantes e um público total de 11.353. O que não deixa de ser aquém do esperado, afinal de contas, tratava-se de um clássico de extrema importância para as duas equipes.
Infelizmente para os jogadores do Vitória, atuar em um estádio longe da sua lotação total – atualmente o Barradão tem capacidade para cerca de 30 mil pessoas -, não é novidade nesta temporada. Com média de 9.057 de pagantes por jogo, o Leão ocupa a 19ª posição no ranking de mandantes entre todos os clubes brasileiros em 2017. Nesta relação, o Rubro-Negro fica atrás apenas de equipes como Ceará, Remo e Paysandu, que sequer disputam a Série A do Brasileiro. Em 2016, o Leão teve a 12ª média do Brasil, com 13.996 pagantes por partida.
Se levar em consideração apenas a Série A, a média de público do Vitória é só um pouco superior à alcançada ao longo do ano. Com 9.535 pagantes por jogo, o clube fica na 16ªposição, superior a Sport, Avaí, Atlético-GO e Ponte Preta. Confira aqui o ranking completo.
Nesse ponto, é importante lembrar que a média de público do Vitória não corresponde apenas a jogos realizados no Barradão, uma vez que o clube mandou duas partidas do Brasileiro na Arena Fonte Nova (contra Corinthians e Coritiba), quando o seu estádio estava em obras. E a partida contra a equipe paulista foi justamente a responsável pelo maior público do Rubro-Negro na competição: 16.515 pagantes. Foi o terceiro maior público do Vitória no ano, atrás apenas do Ba-Vi da final do Campeonato Baiano (30.288 pagantes) e da partida contra o Vasco, pela Copa do Brasil (18.264).
Uma das explicações e a mais óbvia para a média baixa de torcedores no Barradão é o próprio rendimento do Vitória em seus domínios. Com apenas um triunfo, dois empates e três derrotas dentro de casa, o Rubro-Negro tem o pior aproveitamento do Campeonato Brasileiro no quesito. Algo que chega a ser inferior à campanha do time fora dos seus domínios: a 11ª do Brasileirão.
Vitória ainda não conseguiu lotar o Barradão no Campeonato Brasileiro (Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória / Divulgação)
Vitória ainda não conseguiu lotar o Barradão no Campeonato Brasileiro (Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória / Divulgação)
Mas não é só em tempo de vacas magras que os jogadores do Vitória encontram uma média de público baixa em casa. No início da temporada, mesmo quando o clube fazia boa campanha no Campeonato Baiano e na Copa do Nordeste, embora não se apresentasse tão bem, a torcida não lotava Barradão. À época, havia até uma reclamação por parte dos próprios atletas. Willian Farias chegou a falar sobre o assunto após o jogo contra o Galícia, realizado no mês de março.
– Estão jogando contra nós. Vamos jogar contra o adversário. No Barradão tinha quatro mil pessoas nesses dias. Se eles não gostaram do jogo, nós também não gostamos do público. E aí? Estamos iguais então, se for assim – disse Farias na época.
A baixa média de público no estádio fez até com que o próprio Vitória buscasse incentivar o torcedor a comparecer mais. Antes do último Ba-Vi das finais do Campeonato Baiano, o clube provocou o Bahia, seu maior rival, nas redes sóciais. Na ocasião, os ingressos mais baratos foram vendidos a R$ 5.
Razões à parte para a falta de público, é unânime a crença de que poucas equipes conseguiram rendimento satisfatório em uma temporada sem a união entre time e torcida. Em tempos de briga contra o rebaixamento, o Vitória depende ainda mais do seu torcedor. Como também o torcedor precisa que o seu time faça por merecer o seu apoio. Resta saber se essa relação vai conseguir estreitar os laços ao longo do ano.
Fonte: G1

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