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Em um marco histórico, o Mercosul e a União Europeia (UE) anunciaram nesta sexta-feira (6) a conclusão das negociações e a consolidação do texto final do acordo de livre-comércio, um processo que se arrastou por mais de 25 anos. O anúncio foi feito durante um encontro em Montevidéu, com a presença dos presidentes Lula (Brasil), Javier Milei (Argentina), Luis Lacalle Pou (Uruguai) e Santiago Peña (Paraguai), além da chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Von der Leyen enfatizou que o acordo representa uma resposta ao crescente protecionismo global, afirmando que “cooperação é o caminho para prosperar”. Ela destacou que esse pacto beneficiará tanto as populações rurais quanto urbanas, gerando mais empregos e oportunidades em ambos os lados do Atlântico.

O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, ressaltou a importância da união entre os países do Mercosul, apesar das diferentes ideologias políticas. Ele reconheceu que a construção de acordos é um desafio maior do que sua destruição.

Os negociadores brasileiros informaram que os europeus devem separar o conteúdo comercial do político no acordo, facilitando o avanço da parte econômica sem a necessidade de aprovação em todos os parlamentos nacionais.

Embora o anúncio seja celebrado como uma vitória, cautela é necessária. O documento ainda passará por uma revisão técnica e precisará ser aprovado em diversas instâncias, começando pelo Parlamento Europeu, onde países como França e Polônia podem apresentar oposição.

O tratado abrange um mercado comum de 718 milhões de pessoas e economias que somam US$ 22 trilhões. Para o Mercosul, cerca de 70% a 90% das tarifas de exportação para a UE serão zeradas ou reduzidas. Para o Brasil, um estudo do Ipea projeta um crescimento de 0,46% no PIB devido ao acordo.

Entretanto, a administração francesa já expressou sua oposição ao projeto na forma atual. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que o acordo pode diversificar as exportações brasileiras e fortalecer a competitividade no cenário global.

Com essa nova etapa nas relações comerciais entre Mercosul e União Europeia, espera-se um impacto significativo nas economias envolvidas e uma ampliação das oportunidades comerciais.