O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez seu primeiro pronunciamento após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento em um plano golpista que visava impedir Luiz Inácio Lula da Silva de assumir a presidência após as eleições de 2022. Em declarações feitas nesta quinta-feira (21), Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que sua equipe utilizou “criatividade” para apresentar as denúncias.

“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, declarou Bolsonaro à coluna Paulo Capelli, do Metrópoles.

O ex-presidente também mencionou uma mensagem do juiz Airton Vieira, que atua no gabinete de Moraes, enviada a Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral. Na mensagem, Vieira sugeria “usar a criatividade” para formular uma denúncia contra a Revista Oeste.

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, acrescentou Bolsonaro.

Nesta mesma quinta-feira, a PF indiciou 37 pessoas ligadas ao suposto plano de golpe de Estado, incluindo o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ex-ministros da gestão bolsonarista, militares do Exército e o policial federal baiano Wladimir Soares.