Após quase 20 anos sem registros locais, Ministério da Saúde confirma caso autóctone de cólera, em Salvador Redação 20 de abril de 2024 Destaque, Notícias, Salvador, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS Após quase 20 anos sem registros locais, o Ministério da Saúde confirmou nesta sexta (19) um caso de transmissão autóctone de cólera em Salvador (BA), o que significa que o paciente contraiu a doença na própria cidade, sem viajar a outro lugar. A nota técnica assinada pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente informa que exames laboratoriais identificaram a bactéria causadora da doença (Vibrio cholerae) em um homem de 60 anos que não tinha viajado para países com ocorrência de cólera e nem tido contato com outro caso suspeito ou confirmado. A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou ingestão de água ou alimentos contaminados. De acordo com a nota, o homem apresentou desconforto abdominal e diarreia aquosa no mês passado. Duas semanas antes, ele tinha usado antibiótico para tratar outra doença. Segundo o ministério, trata-se de um caso isolado, uma vez que não foram identificados outros registros após investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde de Salvador com as pessoas que tiveram contato com o paciente. O período de transmissibilidade da doença é de 1 a 10 dias após a infecção. Mas, para as investigações epidemiológicas, no Brasil está padronizado o período de até 20 dias por uma margem de segurança. Dessa forma, segundo o ministério, o paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril. No Brasil, os últimos casos autóctones ocorreram em Pernambuco entre os anos de 2004 e 2005, com 21 e 5 casos, respectivamente. A partir de 2006, não houve mais casos autóctones, apenas importados de países como Angola (2006), Republica Dominicana (2011), Moçambique (2016) e da Índia (2018). De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), de janeiro a março deste ano, 31 países registraram casos ou surtos de cólera. A região africana é a mais afetada, com 18 países. Diante do cenário de casos de cólera no mundo, o ministério reforça a necessidade de os profissionais de saúde estarem sensibilizados quanto à situação epidemiológica de doença, à detecção de casos, à investigação epidemiológica e às medidas de prevenção e controle. Grande parte das pessoas infectadas permanece assintomática (cerca de 75%) e, daquelas que desenvolvem a doença, de 10% a 20% têm a forma severa, que, se não for tratada prontamente, pode levar a graves complicações e à morte. A prevenção e controle das doenças diarreicas agudas, como a cólera, dependem de condições adequadas de saneamento básico, hábitos de higiene pessoal e manipulação segura de alimentos.