O programa Ouro Negro, concebido pelo Governo da Bahia em 2008 para auxiliar blocos afro com recursos para o Carnaval, irá beneficiar 132 instituições em 2024.

Com um investimento público de R$ 15 milhões, o dobro do que o Governo investiu em 2023, o edital foi lançado na última terça-feira (16) em evento realizado no Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho, que contou com a participação do governador Jerônimo Rodrigues e outras autoridades baianas.

“É preciso destacar que esses blocos têm um papel muito importante. Primeiro de manter a cultura. Depois o fortalecimento da ancestralidade e da força do povo negro. Compreendendo isso, esse ano duplicamos o valor destinado ao Ouro Negro. Se não fossem as festas dos blocos afros, com certeza, o Carnaval de Salvador não seria o mesmo”, afirmou o governador.

O secretário da cultura Bruno Monteiro, celebrou o crescimento no número de entidades beneficiadas pelo edital e afirmou que o selo Ouro Negro não irá se restringir apenas ao Carnaval.

“Tivemos um aumento de 127% no número de entidades beneficiadas, e o investimentono Ouro Negro não se limita ao Carnaval. Mas, inclui também outras festas populares, como lavagens, carnavais do interior, a micareta de feira de Santana. Abraçando todo esse conjunto de manifestações culturais que têm a cara e o jeito da Bahia.”

Entre os blocos beneficiados estão Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Olodum, Malê Debalê, Cortejo Afro, Bloco Alvorada, Bankoma e Banda Didá. 

“Nós tivemos mais de 130 propostas aprovadas, e isso me traz uma felicidade muito grande como coordenador-geral do Carnaval. São quase 15 milhões de investimentos no axé, no afro, no reggae, no samba, no samba de roda, ou seja, é a valorização dessas pessoas, músicos, artistas, do nosso povo, que faz a nossa história”, afirmou o coordenador do carnaval Geraldo Júnior.

Para a titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, o programa estimula o equilíbrio na presença de mulheres e pessoas LGBT na direção dos blocos. 

“Colocamos como sugestão para ampliar a pontuação, porque são princípios democráticos de justiça social, de integração da diversidade, que consideramos fundamentais no conjunto das políticas públicas. Então, a nossa forma é estimular, pontuando mais aqueles que atendam a esses pressupostos. É desse jeito que a gente vai reequilibrando a presença de mulheres e LGBT nos espaços de direção”, reforçou a secretária.