A Justiça britânica decidiu, nesta segunda-feira (4), que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, não deve ser extraditado para os Estados Unidos para enfrentar acusações de infringir uma lei de espionagem e conspirar para obter documentos americanos secretos hackeando computadores do governo.

 

Assange, 49, foi alvo de 18 acusações relacionadas à divulgação de uma vasta coleção de registros militares e diplomáticos confidenciais dos EUA. De acordo com as autoridades americanas, os vazamentos das informações sigilosas colocaram muitas vidas em perigo.

 

Os EUA agora têm um prazo de 14 dias para recorrer da decisão, e seu representante legal em Londres confirmou que o fará. A defesa de Assange, por sua vez, anunciou que vai protocolar um pedido de fiança para seu cliente.

 

Os advogados argumentaram que todas as acusações tiveram motivação política e foram apoiadas pelo presidente Donald Trump. Segundo a defesa do australiano, sua extradição representaria uma grave ameaça ao trabalho dos jornalistas.

 

Em uma audiência na Corte Criminal Central, em Londres, a juíza Vanessa Baraitser rejeitou quase todos os argumentos dos advogados, mas disse que não poderia extraditar Assange porque havia um risco real de que ele se suicidasse.

 

“Diante de condições de isolamento quase total, estou convencida de que os procedimentos [determinados pelas autoridades dos EUA] não impedirão o sr. Assange de encontrar uma maneira de cometer suicídio”, disse Baraitser, em sua decisão.

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