Investigado por suposto desvio de dinheiro público em seu antigo gabinete, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) defendeu a Medida Provisória (MP), publicada nesta segunda-feira (19), transferindo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central. O órgão também mudou de nome: agora se chama Unidade de Inteligência Financeira (UIF).

Em dezembro do ano passado, um relatório do Coaf apontou movimentação financeira atípica de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Ele comentou a mudança. “Pelo que eu entendi, foi uma mudança exatamente para dar blindagem política para aquilo (o órgão). Para não ter nenhuma suspeita de intervenção política”, afirmou.

Uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, suspendeu as investigações. Ele acolheu pedido da defesa do senador para paralisar temporariamente todas as investigações em curso no país que tenham como base dados sigilosos compartilhados pelo Coaf e pela Receita Federal sem autorização prévia da Justiça.

Segundo Flávio, a mudança no Coaf se deu para blindar o órgão de pressões políticas, já que ficará sob um órgão mais técnico, o Banco Central. A mesma justificativa foi apresentada por seu pai e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “Todo mundo tinha que estar aplaudindo”, declarou.

O senador defendeu uma possível intervenção de seu pai na Receita Federal. “Ele é que manda. Se ele quiser trocar um sargento da quinta bateria, ele não pode? Ele é presidente, ele vai ter que escolher quem está no time dele. Questão de bom senso. O critério é do presidente, pode ser proximidade, pode ser confiança, pode ser qualquer coisa”, disse.

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