O juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney Oliveira, afirmou que há “fortes indícios” de uma organização criminosa para quebrar o sigilo telefônico de autoridades. O parecer do magistrado consta na decisão que autorizou a Operação Spoofing, nesta terça-feira (23).

“Há fortes indícios de que os investigados integram organização criminosa para a prática de crimes e se uniram para violar o sigilo telefônico de diversas autoridades públicas brasileiras via invasão do aplicativo Telegram”, escreveu Vallisney.

Ainda segundo o magistrado, há um “modus operandi” para as invasões. O grupo criminoso teria conseguido acesso a um código do Telegram que permite a abertura do aplicativo em navegadores. Uma mensagem de aúdio é enviada para o destinatário e fica registrada na caixa postal da vítima, contudo, os criminosos tinham acesso às conversas.

Suspeitos movimentaram R$ 600 mi

O relatório da Polícia Federal que serviu de base para a prisão dos quatro suspeitos de invadirem o celular de Sérgio Moro, aponta que dois suspeitos movimentaram mais de R$ 627 mil entre os meses de março e junho, contudo, seus rendimentos bancários apontavam uma média de ganhos de R$ 2,8 mil e R$ 2,1 mil/mês cada.

“Diante da incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal […], faz-se necessário realizar o rastreamento dos recursos recebidos ou movimentados pelos investigados e de averiguar eventuais patrocinadores das invasões ilegais dos dispositivos informáticos (smartphones)”, escreveu o juiz Vallisney de Oliveira.

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