Javier Milei prometeu colocar o “último prego no caixão do peronismo” antes das eleições da província de Buenos Aires, realizadas neste domingo (7). Contudo, os resultados preliminares mostraram um panorama desfavorável para o presidente. Com aproximadamente 80% dos votos apurados, a coalizão peronista Força Pátria, liderada pelo governador Axel Kicillof, obteve 46,93% dos votos, enquanto o partido de Milei, A Liberdade Avança, ficou com 33,85%.

A expectativa do governo Milei era, no mínimo, alcançar um empate técnico ou uma diferença de cinco pontos percentuais em relação aos peronistas. A província, que concentra 40% dos eleitores argentinos, viu mais de 60% dos registrados comparecer às urnas. O peronismo venceu em 6 dos 8 distritos eleitorais, enquanto Milei demonstrou maior força no interior da província.

A decisão de Milei de nacionalizar a disputa na província, que anteriormente não estava em foco, ocorreu em um momento em que o clima político parecia mais favorável. No entanto, nos últimos dias, um escândalo envolvendo o ex-funcionário Diego Spagnuolo, que revelava uma suposta rede de corrupção, abalou as expectativas do presidente. A popularidade de Milei caiu para 39%, conforme pesquisa da Trespuntocero, e a situação econômica do país também se deteriorou, com sinais de estagnação e aumento das tensões sociais.

O governador Kicillof, ao votar, afirmou que é crucial ouvir a vontade das urnas. Este pleito provincial, que ocorreu pela primeira vez separadamente das eleições legislativas nacionais, antecipa a principal batalha de Milei para este ano: as eleições nacionais de 26 de outubro, onde o partido do governo busca ganhar cadeiras no Congresso.