Brics condena ataques ao Irã, mas evita menções diretas a Israel e EUA Redação 6 de julho de 2025 Destaque, Notícias, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS A cúpula de líderes do Brics, reunida no Rio de Janeiro, condenou os recentes ataques militares contra a República Islâmica do Irã, mas não mencionou diretamente Israel ou Estados Unidos, os países responsáveis pelos bombardeios. “Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, afirma o documento a ser divulgado neste domingo (6).Após intensas discussões, os negociadores conseguiram evitar uma linguagem mais severa proposta pelos iranianos, optando por termos considerados mais equilibrados. O bloco destacou a “violação do direito internacional e resoluções relevantes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)” devido aos “ataques deliberados” à infraestrutura civil e instalações nucleares no Irã.O Brics decidiu reiterar pontos de um texto sobre os ataques ao Irã publicado no final de junho, evitando os apelos de Teerã por responsabilização direta de Washington e Tel Aviv. O tom mais equilibrado visou evitar que o Brics fosse rotulado como um bloco anti-Ocidente. Resistências ao tom agressivo vieram de países como Índia, Emirados Árabes Unidos e Etiópia, enquanto o Brasil também atuou para moderar o documento.“Reiteramos nosso apoio às iniciativas diplomáticas destinadas a enfrentar os desafios regionais. Conclamamos o Conselho de Segurança das Nações Unidas a se ocupar desta questão”, acrescenta a declaração.As dificuldades nas negociações evidenciam os desafios da ampliação do Brics em 2023. Embora o bloco tenha ganho peso e ambição para se tornar um novo polo de poder global, enfrenta obstáculos maiores para alcançar consensos, especialmente com a inclusão de novos membros do Oriente Médio.O Irã, que não reconhece o direito de Israel de existir, opôs-se a aceitar menções à criação de dois Estados — um israelense e outro palestino — na declaração conjunta. Para Teerã, isso significaria um reconhecimento implícito ao Estado de Israel, algo que o regime rejeita desde a revolução islâmica de 1979.Apesar da posição isolada da delegação iraniana, a solução de dois Estados é apoiada por todos os demais membros do Brics, incluindo as nações árabes recém-incorporadas, como Egito e Emirados Árabes Unidos. O documento final inclui sete menções a Israel ou “israelense” e também condena ações do país contra o Líbano e a Síria.