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Sebastião Salgado, um dos mais reconhecidos e influentes fotógrafos brasileiros, morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos. A informação foi confirmada à Folha por amigos próximos. Salgado enfrentava complicações decorrentes de uma malária adquirida em 1990.

Nascido em Aimorés, em Minas Gerais, Salgado era formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor pela Universidade de Paris. Nos anos 1970, deixou a carreira acadêmica e de economista para se dedicar integralmente à fotografia — uma escolha que o tornaria um dos maiores nomes da fotografia documental mundial.

Seu trabalho é marcado por um olhar humanista e profundo sobre as desigualdades sociais e questões ambientais. Ao longo das décadas, produziu séries fotográficas impactantes como Trabalhadores (1993), Êxodos (2000), Gênesis (2013) e Amazônia (2021), esta última centrada na floresta amazônica e nas populações indígenas, unindo arte e ativismo ambiental.

Salgado deixa a esposa, a curadora Lélia Deluiz Wanick Salgado, os filhos Juliano e Rodrigo, e os netos Flávio e Nara. Junto de Lélia, fundou o Instituto Terra, organização voltada à recuperação da Mata Atlântica, que já restaurou milhares de hectares de floresta degradada em Minas Gerais.

Em nota oficial, o Instituto Terra lamentou profundamente a perda:

“Com imenso pesar, comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado, nosso fundador, mestre e eterno inspirador.

Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade.

Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.

Neste momento de luto, expressamos nossa solidariedade a Lélia, a seus filhos Juliano e Rodrigo, seus netos Flávio e Nara, e a todos os familiares e amigos que compartilham conosco a dor dessa perda imensa.

Seguiremos honrando seu legado, cultivando a terra, a justiça e a beleza que ele tanto acreditou ser possível restaurar.

Nosso eterno Tião, presente! Hoje e sempre. Instituto Terra.”

O legado de Sebastião Salgado ultrapassa as imagens. Ele deixa uma contribuição profunda para a arte, a consciência social e a preservação ambiental no Brasil e no mundo.