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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, aceitou a proposta de seu homólogo russo, Vladimir Putin, para iniciar negociações de paz sobre o conflito no Leste Europeu. As conversas estão agendadas para ocorrer na próxima quinta-feira, em Istambul.

Este é o momento mais próximo que os líderes chegaram de um acordo desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, que deu início ao mais grave confronto entre a Rússia e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962.

Putin anunciou em um comunicado televisionado do Kremlin que ofereceu às autoridades ucranianas a oportunidade de retomar as negociações. No entanto, ele ressaltou que as conversas devem ocorrer sem pré-condições e fez poucas concessões até o momento. “Nossa proposta está sobre a mesa. A decisão agora cabe às autoridades ucranianas e seus aliados, que parecem estar guiados por ambições políticas pessoais, não pelos interesses de seus povos”, declarou Putin, agradecendo à China, ao Brasil, aos países africanos e do Oriente Médio e aos EUA por seus esforços de mediação.

A confirmação de Zelenski veio após pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Inicialmente, Trump comemorou a proposta como um “dia potencialmente grandioso para a Rússia e a Ucrânia!” em suas redes sociais. No entanto, ele expressou dúvidas sobre as intenções da Ucrânia em relação ao acordo. “Putin não quer um cessar-fogo com a Ucrânia; ele deseja se reunir na quinta-feira para negociar um possível fim do banho de sangue”, observou.

Antes de aceitar a proposta, Zelenski mencionou em sua conta na rede social X que o aceno era um sinal de que os russos poderiam estar considerando o fim do conflito. Contudo, enfatizou que uma trégua era essencial: “Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo total, duradouro e confiável a partir de amanhã, 12 de maio”.

Essa demanda é apoiada por representantes de potências europeias que exigiram um cessar-fogo incondicional de 30 dias sob o risco de novas sanções à Rússia durante uma reunião com Zelenski em Kiev. O grupo inclui o presidente francês Emmanuel Macron e os primeiros-ministros da Alemanha, Polônia e Reino Unido.

Ao confirmar sua presença em Istambul, Zelenski reiterou: “Não faz sentido prolongar os assassinatos. Estarei esperando por Putin na Turquia na quinta-feira. Pessoalmente, espero que desta vez os russos não procurem desculpas.”

Após retornar da Ucrânia, Macron comentou que a proposta de Putin “é um primeiro passo, mas não é suficiente”. Ele destacou que um cessar-fogo incondicional não deve ser precedido por negociações.

Em seu discurso matinal no Kremlin, Putin rejeitou os ultimatos das potências europeias e afirmou que a Rússia já havia proposto diversas tréguas anteriormente. No entanto, ele também relatou que a Ucrânia atacou a Rússia com 524 drones aéreos e 45 marítimos durante a última trégua unilateralmente estabelecida por Moscou.

Enquanto isso, tanto a Rússia quanto a Ucrânia trocam acusações sobre violações das tréguas. Apesar do apelo por paz, neste domingo, forças russas lançaram ataques com drones contra Kiev e outras regiões da Ucrânia, resultando em ferimentos e danos a residências locais. As autoridades continuam monitorando a situação enquanto as negociações se aproximam.