Gabinete de Segurança de Israel Aprova Plano para Expandir Guerra em Gaza Redação 6 de maio de 2025 Destaque, Guerra, Notícias, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS Na segunda-feira (5), o gabinete de segurança de Israel aprovou um plano audacioso para intensificar a guerra na Faixa de Gaza, visando a conquista total do território e a remoção forçada da população palestina. Se concretizado, esse plano poderá ser considerado uma forma de limpeza étnica.O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu declarou que a guerra em Gaza “será intensificada”, enfatizando que os soldados israelenses não apenas realizarão ataques e se retirarão, mas sim que a intenção é ocupar permanentemente a região. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, Netanyahu reafirmou o compromisso com essa estratégia.No dia anterior, o Exército israelense anunciou a mobilização de dezenas de milhares de reservistas para reforçar a ofensiva contra o grupo terrorista Hamas. O plano inclui a ocupação de Gaza, o controle territorial e o deslocamento da população civil para o sul, sob a justificativa de proteção.A aprovação do plano foi unânime entre os membros do gabinete, que inclui ministros-chave do governo mais à direita da história israelense. De acordo com fontes da imprensa local, a implementação ocorrerá gradualmente ao longo de vários meses, começando por áreas já devastadas da região. Atualmente, estima-se que mais de 70% do território esteja sob controle israelense.Se executada como planejado, essa ofensiva ampliará os objetivos declarados por Israel na guerra, visando não apenas a destruição do Hamas — uma meta considerada improvável por analistas militares — mas também a ocupação permanente do território.A Faixa de Gaza foi controlada diretamente por Israel entre 1967 e 2005, quando Tel Aviv se retirou unilateralmente e desmantelou os assentamentos judaicos existentes. Um possível retorno à ocupação direta enfrentaria resistência internacional significativa; vale lembrar que organizações como a ONU nunca reconheceram um fim à ocupação, visto que Israel controla todo o acesso ao território por terra, mar e ar.Um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que essa operação resultará em inúmeras mortes civis e destruição ainda maior em Gaza. Ele reiterou que a Faixa de Gaza deve permanecer parte integral de um futuro Estado palestino.As Forças Armadas israelenses anunciaram que a nova operação será chamada “Carruagens de Gideon”, em referência ao personagem bíblico que libertou os israelitas dos midianitas. Segundo o ministro Zeev Elkin, essa operação pode abrir “uma janela” para negociações sobre um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns antes da visita do presidente dos EUA, Donald Trump, prevista entre 13 e 16 de maio.Trump manifestou sua intenção de ajudar na entrega de alimentos aos palestinos em Gaza, mas não comentou sobre o plano israelense. Netanyahu ainda defende a ideia proposta por Trump sobre “emigração voluntária” dos habitantes de Gaza para países vizinhos como Jordânia e Egito — ambos já expressaram oposição à proposta.O premiê rejeitou qualquer possibilidade imediata de cessar-fogo diante da pressão internacional crescente, afirmando que só aceitará uma trégua após alcançar os objetivos militares. Ele destacou que manter as tropas em Gaza é essencial para garantir a segurança israelense.Em comunicado, o grupo representando as famílias dos sequestrados criticou o plano anunciado por Israel: “Hoje pela manhã, o governo deixou claro que escolhe o território em vez dos reféns”, afirmaram. O Hamas declarou que só libertará reféns como parte de um acordo que ponha fim à guerra e à presença militar israelense na região.Até agora, Israel não apresentou um plano claro para o futuro de Gaza após o conflito — mesmo sob pressão internacional crescente para encerrar uma guerra que já resultou na morte de mais de 52 mil palestinos e no deslocamento da maioria dos 2,3 milhões de habitantes do território.Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para Refugiados (NRC), denunciou no X que Israel está exigindo que a ONU e ONGs encerrem seus sistemas de distribuição de ajuda em Gaza. “Eles querem manipular e militarizar toda a ajuda aos civis”, afirmou Egeland.Atualmente, Gaza enfrenta um bloqueio severo que já dura mais de 60 dias desde o colapso do cessar-fogo em março. A população palestina enfrenta níveis catastróficos de fome e uma grave crise humanitária.A Anistia Internacional classificou a duração do bloqueio como uma evidência da “intenção genocida” de Israel e pediu aos países europeus e aos EUA que pressionem Tel Aviv para permitir a entrada da ajuda humanitária no território palestino.