Crescimento das Teorias da Conspiração sobre Fraudes Eleitorais nos EUA Redação 31 de outubro de 2024 Destaque, Notícias, Política, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS A disseminação de teorias da conspiração relacionadas a supostas fraudes eleitorais aumentou de forma alarmante nos Estados Unidos, especialmente com a aproximação da eleição presidencial marcada para 5 de novembro.Um levantamento realizado pela Newsguard identificou, na semana passada, 15 novos temas falsos sobre roubo eleitoral, que se espalharam por 963 sites e 793 contas em redes sociais. Além disso, 1.283 sites hiperpartidários que se disfarçam de veículos noticiosos também estão contribuindo para a propagação dessas informações enganosas. O número de “mentiras novas” detectadas é mais do que o dobro da média semanal registrada em agosto e setembro.Entre os principais responsáveis pela desinformação sobre fraudes eleitorais estão a campanha de Donald Trump e Elon Musk, proprietário do X (ex-Twitter) e um dos maiores apoiadores do ex-presidente. Na última quarta-feira (30), a campanha de Trump divulgou duas denúncias infundadas sobre tentativas de supressão de votos na Pensilvânia, que já foram desmentidas.Na terça (29), Trump postou no X alegando que o condado de York, na Pensilvânia, havia recebido milhares de formulários de registro de eleitores potencialmente fraudulentos. A postagem rapidamente alcançou mais de 1 milhão de visualizações. As autoridades locais afirmaram que inconsistências em alguns formulários estavam sendo investigadas, mas Trump não aguardou os resultados e afirmou categoricamente que milhares deles eram fraudulentos.Em 2020, no estado da Pensilvânia, Trump e sua equipe processaram alegações de fraudes eleitorais em 43 ocasiões, mas perderam todas as ações.Ainda na terça-feira, Trump obteve um novo aliado na propagação de suspeitas infundadas sobre a integridade eleitoral: Steve Bannon, ex-assessor do republicano, que foi libertado após cumprir quatro meses de pena e voltou com seu podcast “The War Room”, considerado um dos principais veículos de desinformação eleitoral segundo um estudo da Brookings Institution. Bannon declarou: “Todos os dias após 5 de novembro serão um novo Stalingrado”, insinuando que tentativas para deslegitimar uma possível vitória de Trump são esperadas caso ele não vença.Analistas acreditam que os apoiadores de Trump estão se preparando para contestar o resultado da eleição caso o republicano não saia vitorioso. Em 2020, essa contestação culminou em ataques ao Capitólio por parte dos apoiadores de Trump.Os hispânicos, representando 19% da população americana, são um dos principais alvos dessa desinformação. Laura Zommer, fundadora do FactChequeado — uma agência dedicada à checagem de conteúdo em espanhol nos EUA — aponta que narrativas falsas sobre imigrantes indocumentados registrados ilegalmente para votar são comuns entre as comunidades hispânicas. Outra narrativa enganosa afirma que a candidata democrata Kamala Harris é comunista e pretende implantar o comunismo nos EUA, usando como suposta evidência o fato de seu pai ter sido professor estudioso do marxismo.Zommer destaca que essa desinformação ressoa em comunidades afetadas por ditaduras latino-americanas, como Venezuela e Nicarágua. Segundo o FactChequeado, o America PAC — fundo pró-Trump financiado por Elon Musk — gastou pelo menos US$ 73 mil para difundir conteúdo enganoso nas disputadas Geórgia e Nevada.Além disso, foram veiculadas imagens manipuladas mostrando Kamala Harris vestida como comandante soviética e referida como “camarada Kamala”. Musk também fez várias postagens alegando falsamente que imigrantes ilegais estariam votando.Embora as pesquisas indiquem que o eleitorado latino continua majoritariamente democrata, Trump tem conseguido conquistar apoio entre os hispânicos.Nos últimos dias, um vídeo viralizou mostrando um homem destruindo cédulas com votos em Trump na Pensilvânia; esse material foi desmentido tanto pelas autoridades do condado quanto pelo próprio Partido Republicano e teria sido impulsionado por agentes russos.Outro tema amplamente disseminado — promovido pela campanha de Trump e por Musk — sugere uma discrepância entre o número total de eleitores registrados e aqueles habilitados a votar no Michigan. Contudo, as autoridades já esclareceram que as listas são filtradas antes da votação.