O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu na última sexta-feira (28) uma investigação que apura uma suposta ligação do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) com uma organização criminosa que pratica grilagem em territórios indígenas no estado.

De acordo com informações, a apuração teve início em 2022, quando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) localizou cinco barracos, veículos e mais de cinquenta pessoas dentro do território indígena Ituna-Itatá, que estariam desmatando o local a fim de formar um loteamento ilegal.

As investigações apontaram Jassônio Leite, tido pelo Ibama como um dos maiores grileiros de terras indígenas na Amazônia, como líder da invasão. O inquérito da Justiça Federal do Pará indicou que Marinho tenha cometido crime de advocacia administrativa, apontando que o senador tenha atuado para defender os interesses dos grileiros na região.

O caso foi enviado ao Supremo por ter ligação com outra investigação sobre o senador envolvendo suspeitas de grilagem no Pará. Ambas as investigações tramitam sobre relatoria da ministra Cármen Lúcia no STF.

Zequinha Marinho foi candidato ao governo do Pará em 2022, pelo Partido Liberal, com apoio do então presidente Jair Bolsonaro. Em 2023, Marinho deixou o partido e se filiou ao Podemos. Em nota ao Metrópoles, o senador negou a acusação de que apoia invasores de territórios indígenas.