A Bahia registrou em 2022 cerca de 1.420.947 pessoas de 15 anos ou mais de idade que não eram alfabetizadas. Segundo o Censo Demográfico, a taxa de analfabetismo era 12,6%, o que representa que 1 em cada 10 habitantes de 15 anos ou mais, no estado, não havia dado nem o primeiro passo para o acesso à educação, um direito básico de todas as pessoas.

Os Censos revelam ainda que, apesar de ter visto sua população não alfabetizada diminuir 17,8% entre 2010 e 2022, com menos 308.350 pessoas nessa condição, a Bahia não teve, nesse período, nenhum avanço na lista nacional do analfabetismo, mantendo-se nas mesmas posições de 12 anos atrás. 

Assim como ocorre há pelo menos 31 anos, desde o Censo de 1991, a Bahia continuava, em 2022, com o maior número de pessoas de 15 anos ou mais de idade analfabetas do Brasil. Além disso, repetindo 2010, o estado continuou com a 9ª maior taxa de analfabetismo entre os estados. A taxa de analfabetismo baiana em 2022 (12,6%) ainda não havia alcançado a taxa brasileira de 2010 (9,6%), ficando mais próxima do indicador nacional de 22 anos atrás, no Censo 2000 (que havia sido 13,6%).

A Bahia teve o maior recuo absoluto da população não alfabetizada (menos 308.350 pessoas) porque tem o maior número de habitantes nessa condição, mas a queda proporcional (-17,8%) foi só a 15ª entre as 27 unidades da Federação, num ranking liderado por Rio Grande do Sul (-27,3%), Minas Gerais (-22,1%) e Paraná (-21,3%). 

Por sua vez, os estados onde a taxa de analfabetismo mais diminuiu foram Alagoas (menos 6,7 pontos percentuais), Paraíba (-6,0 pp) e Maranhão (-5,8 pp). A queda na Bahia (menos 4,0 pontos percentuais) foi a 11ª mais intensa.

ANALFABETISMO POR IDADES

As pessoas não alfabetizadas se concentram fortemente nas faixas etárias mais avançadas. Em 2022, na Bahia, 6 em cada 10 pessoas que não sabiam ler nem escrever tinham 55 anos ou mais (872.400 ou 61,4% do total). Isso se refletia em desigualdades importantes na taxa de analfabetismo por idade.

Enquanto, no geral, 12,6% da população baiana de 15 anos ou mais não era alfabetizada (1 em cada 10), a taxa quase dobrava entre as pessoas de 55 a 64 anos de idade, ficando em 22,4% (2 em cada 10 ou 319.189 pessoas), e chegava a quase 4 em cada 10 não alfabetizados entre as pessoas de 65 anos ou mais de idade (36,7% ou 553.211 não sabiam ler nem escrever). 

A elevada taxa de analfabetismo entre os mais velhos é uma realidade também no Brasil como um todo e reflete um investimento tardio em educação, tanto para escolarização das crianças, quanto para garantir acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos às pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas.

Ainda assim, frente a 2010, a taxa de analfabetismo na Bahia, e no Brasil como um todo, diminuiu em todos os grupos de idade, com mais intensidade justamente entre as pessoas de 65 anos ou mais.