Lula afirma que “família é coisa sagrada” ao defender veto parcial do projeto que acaba com saídas temporárias de presos Redação 23 de abril de 2024 Destaque, Notícias, Política, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS O presidente Lula (PT) disse nesta terça-feira (23) que “família é coisa sagrada” ao defender veto parcial do projeto que acaba com as saídas temporárias de presos, que tinha sido aprovado pelo Congresso. Com isso, o presidente manteve as saidinhas para que os detentos possam visitar familiares em datas comemorativas. A decisão será ainda analisada pelo Congresso, e Lula disse lamentar caso derrubem-na. “O que nós vetamos: a proibição de o cidadão ou cidadã que não tenha cometido crime hediondo, estupro, crime de pedofilia, possa visitar parentes. É coisa de família, família é coisa sagrada, base principal da organização de uma sociedade”, disse. “Como vai proibir cidadão que tá cumprindo pena, e se ele está cumprindo pena é que o estado pensa que é possível recuperá-lo, e não cometeu crime considerado hediondo possa deixar de visitar parente? Tenho certeza que muitos daqueles que são contra, quando parente sair vai querer recebê-lo, porque família é coisa muito sagrada”, completou. O chefe do Executivo disse ainda que “se o Congresso derrubar, é problema do Congresso”. “Posso lamentar, mas tenho que acatar”. A declaração foi dada durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto. Este é o primeiro do ano. A tendência é que o Congresso Nacional derrube o veto presidencial, reestabelecendo as restrições. O termo data comemorativa não está incluindo no texto da lei, mas contempla, por exemplo, visitas às famílias em feriados como o Natal ou os dias das Mães e dos Pais, com o intuito de ressocializar o preso. Cada estado estipula seu próprio calendário. O benefício da saída temporária é concedido há quase quatro décadas pela Justiça a presos do sistema semiaberto que já tenham cumprido ao menos um sexto da pena, no caso de réu primário, e um quarto da pena, em caso de reincidência, entre outros requisitos. Como mostrou a pesquisa, menos de 5% dos detentos que tiveram direito à saidinha de Natal em 2023 não retornaram aos presídios, taxa considerada baixa por especialistas.