A Academia de Gravação, organização por trás do Grammy, foi acusada de encobrir múltiplos casos de abuso sexual em seu quadro interno. Uma reportagem do Los Angeles Times afirma que a entidade obrigou mulheres a assinar contratos de confidencialidade após elas denunciarem crimes do tipo.
 

Procurada pelo jornal americano, a Academia diz que tem política de tolerância zero sobre má conduta sexual e que trabalha nos últimos quatro anos para mudar a cultura da organização. A entidade também declara que vai continuar a ouvir, mudar e trabalhar para fazer o melhor em todos os departamentos.
 

As acusações envolvem cinco mulheres que trabalharam na Academia em diferentes períodos desde os anos 1990 e que afirmam terem sido silenciadas pelo grupo. A maior parte cita o antigo conselheiro geral da organização, Joel Katz, que está previsto para ser homenageado na cerimônia deste ano do Grammy, que acontece no próximo domingo.
 

Entre as mulheres se destaca Terri McIntyre, ex-diretora executiva da divisão da Academia em Los Angeles, que afirma que Katz ofereceu dinheiro para ela em troca de seu silêncio sobre as denúncias de assédio. Uma das ofertas aconteceu em 2001, anos depois dela deixar o grupo, e foi da altura de US$ 1 milhão.
 

McIntyre abriu no ano passado um processo contra Mike Greene, o antigo presidente do grupo, alegando que ele a estuprou em duas ocasiões diferentes. Greene renunciou o comando da Academia em 2002, após chegar a um acordo na justiça americana de US$ 650 mil em outro processo que o acusava de assédio sexual. Outra mulher que trabalhou para ele também confirmou ao Times a existência dos acordos de confidencialidade.
 

Enquanto Mike Greene negou as acusações, Joel Katz não comentou o caso publicamente. A organização ainda lida no momento com um processo movido contra seu ex-CEO, Neil Portnow, que é acusado de crime de estupro na justiça americana.
 

A cerimônia do Grammy deste ano acontece neste domingo (4) em Los Angeles.