A reabertura da pandemia de Covid-19 ajudou a dar condições para um aumento nos casos de doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti, explicou a epidemiologista e infectologista Luana Araujo. 

Segundo ela, em entrevista para a CNN, durante a pandemia, com as pessoas ficando mais dentro de casa, houve um aumento no cuidado com o ambiente e seu entorno.

“Sabemos que o mosquito não viaja longe. Ele nasce naquela vizinhança e fica ali. Se as pessoas ficaram mais dentro de casa, elas evitaram mais a questão do acúmulo de água, cuidaram mais do seu lixo”, afirmou a especialista. 

Ela explicou que, com o retorno do aumento de circulação de pessoas, aliado à diminuição das comunicações oficiais sobre os riscos dessas doenças, geraram um ambiente mais propício para o desenvolvimento do vetor.

“Junta-se a isso uma alta incidência de chuvas em boa parte do país e subsequente calor. É tudo que o mosquito precisa. Ele coloca os ovos na água parada, eles eclodem, vem o sol e matura os mosquitos, que ficam prontos de novo para atacar”, complementou.

Para a infectologista, o crescimento nos casos de dengue é “uma situação de emergência e importância”. “Precisamos trazer as pessoas todas e lembrar os mecanismos para enfrentar essas epidemias triplas”, concluiu.

De acordo com dados recentes do Ministério da Saúde, somente um quarto das cidades do Brasil não registrou caso de dengue em 2023. Até o momento, os indicadores apontam para uma alta de 43% nos casos em relação ao mesmo período do ano passado. 

Conforme registrou o órgão federal, 183 pessoas morreram pela dengue no país neste ano. Outros 234 óbitos estão em investigação.