Deputados federais e senadores bolsonaristas precisaram rever os próprios conceitos de punitivismo contra pessoas que são detidas após os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e destruíram as sedes dos três poderes em Brasília, inconformados com o resultado das eleições e com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Até um passado recente, a turma do bolsonarismo pregava que ‘se foi preso, algo fez’ e mais: ‘bandido bom, é bandido morto’. Por aí ia. O conceito mudou ao ver correligionários virando alvo da Justiça. Pelo menos 25 parlamentares foram até os presídios da Papuda e Colmeia (feminino) visitar presos pelos atos golpistas. Entre eles, o deputado federal mais votado do Brasil, Nikolas Ferreira (PL); e o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União Brasil), senador eleito pelo Paraná.

Também ex-ministro, o senador Marcos Pontes (PL) é outro a integrar a lista de 13 parlamentares do PL que foram visitar os presos detidos. Também há três políticos filiados ao partido Novo: os deputados federais Marcel Van Ratten (RS) e Adriana Ventura (SP) e o senador Eduardo Girão (CE). O levantamento foi publicado pelo Jornal O Globo.

No dia 1° de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o senador Magno Malta (PL-CE) e a deputada federal (PL-SC) a visitarem os presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro. No final de fevereiro, Moraes determinou que os detidos só podem receber visitação mediante autorização judicial.

Antes desta medida, entre 9 de janeiro e 17 de fevereiro, ao menos 25 deputados e senadores foram até a Papuda e a Colmeia para averiguar as condições humanitárias das penitenciárias. A checagem dessas condições é uma outra contradição em que boa parte dos bolsonaristas em questão caiu para defender os correligionários.

Magno Malta já visitou os presídios em três ocasiões. Nem parece o mesmo homem que, em 2017, gravou um vídeo sobre a chacina que ocorreu na cadeia de Manaus afirmando que as vítimas escolheram a vida do crime e, por isso, suas mortes não teriam o mesmo peso de um inocente.

Deputado estadual eleito na Bahia, Diego Castro deixou suas atribuições na Assembleia Legislativa (AL-BA) e foi outro a comparecer nos presídios de Brasília. Ele esteve por lá no dia 16 de janeiro. Também eleito pela Bahia, o deputado federal Alden (PL) foi outro a fazer visitas.

Confira a lista completa dos políticos que estiveram nos presídios:

  1. Capitão Alden(PL-BA)
  2. Adriana Ventura (NOVO-SP)
  3. Cel Fernanda(Patriota-MT)
  4. Cleiton Gontijo (Republicanos-MG)
  5. Diego Castro(PL-BA)
  6. Eduardo Girão (NOVO-CE)
  7. Eros Biondini(PL-MG)
  8. Jaime Bagattoli (PL-RO)
  9. Jorge Seif (PL-SC)
  10. José Marinho(PL-BA)
  11. José Medeiros (PL-MT)
  12. Junio Amaral(PL-MG)
  13. Luis Carlos Heinze(PP-RS)
  14. Magno Malta(PL-CE)
  15. Marcel Van Hattem (NOVO-RS)
  16. Marcos Pollon (PL-MS)
  17. Marcos Pontes (PL-SP)
  18. Nikolas Ferreira (PL-MG)
  19. Paula Belmonte (Cidadania-DF)
  20. Plínio Valério(PSDB-AM)
  21. Raimundo Diniz Araujo(União-RR)
  22. Rogério Marinho (PL-RN)
  23. Sanderon (PL-RS)
  24. Sérgio Moro (União-PR)
  25. Tereza Cristina (PP-MS)