Diante da resistência de parlamentares em aprovar a chamada PEC dos Precatórios, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, teme que haja uma segunda derrota na discussão sobre o Auxílio Brasil.

Isso porque, depois de Paulo Guedes aceitar mudar o teto dos gastos para na prática furá-lo em R$ 30 bilhões, assessores do ministro temem que a não aprovação da PEC acabe levando o governo a ter que prorrogar o auxílio emergencial.

A possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial já é defendida pela ala política do governo caso a PEC dos Precatórios não seja aprovada nas próximas semanas. A expectativa do governo é que a proposta seja votada na próxima semana.

Assessores do presidente Jair Bolsonaro lembram que o auxílio emergencial atual deixa de existir a partir de novembro e não é possível deixar as famílias sem assistência financeira num momento em que a pobreza no país aumenta. Eles defendem a prorrogação do benefício nem que seja por mais dois meses, até que o governo encontre uma forma de financiar o Auxílio Brasil.

A ala política prefere, inclusive, a prorrogação do Auxílio Emergencial. Motivo: o Auxílio Brasil, que vai substituir o Bolsa Família, vai atender 17 milhões de famílias, um universo menor do que o dos beneficiários do auxílio emergencial.

Ou seja, social e eleitoralmente, principalmente, o auxílio emergencial teria maior eficácia para o governo Bolsonaro, tendo condições de ter um impacto mais positivo para o presidente da República na estratégia de melhorar sua imagem.

O problema é o custo. A prorrogação do auxílio emergencial consome mais recursos dos cofres públicos. E seria bancado fora do teto dos gastos públicos, porque seria adotado ou prorrogado com a publicação de um decreto de estado de calamidade pública. E isso teria uma repercussão mais negativa ainda no mercado, elevando o valor do dólar e tendo impacto de alta na inflação.

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