A Bahia liderou o número de abordagens e prisões com uso de tecnologias de reconhecimento facial na área de segurança pública, de acordo com levantamento publicado pelo The Intercept Brasil. O estado registrou 51,7% das prisões feitas após a utilização da ferramenta no país.

Depois da Bahia, aparece o Rio, com 37,1%, Santa Catarina, com 7,3%, Paraíba, com 3,3% e o Ceará, com 0,7%. De março a outubro, foram 151 pessoas presas por meio dessa tecnologia nos cinco estados.

O balanço foi feito pela Rede de Observatórios da Segurança, com base nas matérias publicadas por dezenas de veículos de imprensa, além de informações veiculadas nas contas oficiais das polícias e de outros órgãos nas redes sociais.

O levantamento da Rede ainda apontou que, dos casos em que havia informações, 90,5% das pessoas presas porque foram flagradas pelas câmeras eram negras.

O The Intercept tentou obter dados, via Lei de Acesso à Informação, sobre a quantidade oficial de prisões e o número de pessoas eventualmente abordadas de forma equivocada, mas não houve retorno do pedido.

Em alguns casos monitorados, segundo o site, foi difícil encontrar informações completas sobre o perfil da pessoa presa ou abordada, onde o reconhecimento foi realizado e os motivos da eventual prisão. Em 66 casos, havia informações sobre sexo e idae: 87,9% eram homens e 12,1%, mulheres, com idade média de 35 anos.

No que se refere à motivação para a abordagem, o maior volume de prisões é por tráfico de drogas e por roubo: 24,1%, cada uma.

Números da BA

No último dia 3 de novembro, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) divulgou a marca de 80 prisões com uso da tecnologias. Os dados correspondem aos casos registrados desde dezembro do ano passado. A SSP ainda informou que “em breve” o sistema deve chegar a 77 cidades do estado.

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