A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse em entrevista ao portal UOL, publicada hoje (31), que os partidos de centro direita, conhecidos como o “Centrão”, acreditaram que iriam “tutelar” o presidente Jair Bolsonaro, mas agora se encontram “constrangidos” com as manifestações do mandatário.

“Este governo está baseado em uma dupla questão: É um governo neoliberal e um governo neofascista. Essa visão incomoda o centrão, a direita mais civilizada, a centro-direita. Eles achavam que iriam tutelar o Bolsonaro, que iriam conseguir fazer com que Bolsonaro se civilizasse um pouco. E não os constrangesse com as manifestações toscas, não civilizadas, grosseiras que ele faz sistematicamente”, disse a petista.

“O que eles [centro, centro-direita, direita] pensaram? Que era fácil, que seria tranquilo conter o governo Bolsonaro, mitigar o governo Bolsonaro. Mas ele tem um componente neofascista que não é mitigável, que não é passível de ser contido. Foge dos controles. Esta contradição que a direita e a centro-direita terão que conviver ao longo desse processo daqui para frente”, completou.

Ela ainda não enxerga similaridade entre o processo de desgaste do governo Bolsonaro junto ao parlamento com o que a ex-presidente sofreu no Congresso.

“Os dois processos fazem parte de momentos distintos e com lógicas diferentes. No caso do impeachment, o Congresso Nacional teve um grande parteiro, que foi o senhor Eduardo Cunha – inequivocamente a mente que estava por traz do impeachment e do próprio governo Temer”, afirmou.

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