Para o professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Wilson Gomes, uma das principais falhas do PT nessas eleições presidenciais foi não ter feito uma campanha ostensiva no meio digital – o que Jair Bolsonaro (PSL) teria conseguido tirar de letra.

“A campanha digital do PT nunca foi boa. O partido vem de uma tradição sindical, do corpo a corpo, das articulações. Sempre foi mais forte do que os outros partidos nisso. […] Redes sociais agora são de 2017, são ultrapassadas. Agora é WhatsApp. Você não precisa buscar a informação falsa; ela vem até você”, avaliou, em entrevista à rádio Câmara Salvador.

“A campanha foi decidida principalmente no WhatsApp, e não na TV. O PT precisaria de 200 grupos de WhatsApp ativos para enfrentar esse desafio em setembro. Mas não fez, não vai fazer, não entendeu a mudança digital”, acrescentou.

Perfil do eleitorado

Na avaliação de Wilson Gomes, apesar das ideias fascistas de Bolsonaro, nem todos os seus eleitores carregam essas características. “Conhecemos os eleitores de Bolsonaro, muitos estão a nossa volta, são nossos parentes, são pessoas boas. Bolsonaro é um candidato com ideias fascistas, suficientes para liquidar uma candidatura em qualquer lugar civilizado.  O paradoxo brasileiro é que não temos 40 milhões de brasileiros fascistas, que deram um cheque em branco a um candidato com ideias fascistas. A maior parte dos votos de Bolsonaro são anti-petistas”, pontuou.

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