Em sessão tensa, tribunal de contas pede explicações a Crivella sobre déficit no Rio Redação 12 de julho de 2018 Destaque, Política Em uma sessão com bate boca entre os conselheiros, o Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro concedeu prazo adicional de 30 dias para que o prefeito Marcelo Crivella justifique por que não tomou medidas para impedir déficit nas contas em 2017.O relatório de análise das contas feita pelo conselheiro Nestor Magalhães, aponta indícios de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, por falta de ação para impedir o agravamento da situação financeira do município, que fechou 2017 com déficit de R$ 1,6 bilhão.A sessão começou com ríspida discussão entre o conselheiro José Moraes e outros conselheiros do órgão, a quem acusa de tentarem aprovar as contas sob pressão externa.Alvo de acusações, o presidente do tribunal, Thiers Montebello, suspendeu a sessão e ameaçou deixar o plenário algumas vezes, até que os ânimos se acalmaram e o debate foi reiniciado.As contas de Crivella deveriam ter sido analisadas até o dia 18 de junho, mas uma série de prorrogações internas levou a sessão para esta quinta (11). O pedido de adiamento por mais 30 dias suspende o prazo legal de avaliação para que o prefeito esclareça dúvidas do tribunal.O relator do processo pediu inicialmente 15 dias, argumentando que a Constituição garante o direito de ampla defesa. O prazo foi ampliado por seus colegas no plenário.“Não se verifica na presente prestação de contas quais foram as medidas para conter o quadro degenerativo das contas”, disse Guimarães em seu voto.“As contas são preocupantes. Já era esperada queda na receita e não houve preparação para isso. Ao contrário, ainda foram feitas contratações e compras e serviços que não foram pagos”, disse em entrevista após o julgamento.O relatório aponta que, embora tenha cortado investimentos -131 projetos foram suspensos- a prefeitura ultrapassou o limite prudencial de gastos com pessoal e que houve piora na situação estrutural de escolas do município.DISCUSSÃODurante o bate boca inicial, Moraes acusou o conselheiro Felipe Puccioni de alterar seu voto na véspera. Foi chamado de mentiroso por Puccioni, que afirmou não participar de combinações de votos.Moraes acusou também o presidente do tribunal de tentar induzir o voto dos outros conselheiros.Montebello rebateu que Moraes politiza seus votos e cortou os microfones do plenário.Em seu voto, Moraes lembrou a reunião entre Crivella e lideranças religiosas, na última quarta (4) na qual ofereceu apoio em relação a cirurgias e problemas com IPTU.“Temos que apurar se também já lá em 2017 o senhor prefeito teve eventos da mesma natureza capazes de impactar o parecer prévio e as contas”, afirmou. DEIXE UMA MENSAGEM Cancel ReplyYou must be logged in to post a comment.