O governador Rui Costa (PT) volta para as rodadas de conversas com partidos aliados nesta segunda-feira (12). Apenas a cúpula do PCdoB foi ouvida na semana passada. A reunião do conselho político foi desmarcada por orientação de interlocutores próximos ao chefe do Palácio de Ondina para que antes fossem realizados encontros individuais.

Nesta semana, o PSD abre as rodadas. A troca de “quereres” e ajustes individuais fazem parte da nova estratégia adotada pelo petista. Não são poucas as arestas que vão da composição da chapa majoritária ao varejo eleitoral, no qual é necessário organizar espaços e evitar a antropofagia de votos entre os aliados.

Para além, queixas relativas à não liberação das emendas dos deputados estaduais e ao represamento de recursos empenhados através de emendas de deputados federais ao cofre estadual precisam ser dirimidas. Há, sobretudo na Saúde, recursos empenhados a pedido de Rui que não foram executados por conta, segundo fonte deste site, da burocracia e licitações. As mudanças no secretariado exigida pela legislação eleitoral é item da pauta também.

Por outro lado, a montagem da chapa majoritária depende de fatores que estão além do âmbito estadual. A situação jurídica do secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner é um elemento que chegou à mesa, mas não tende a prosperar vez que ele assegura a viabilidade da candidatura ao Senado.

A postulação à presidência da República, no entanto, ficou para trás depois de algumas conversas com o núcleo petista nacional. O “Galego”, como é chamado por Lula, tem a preferência de parte do PT, mas teria dificuldade em polos como São Paulo e Rio, maiores colégios eleitorais, portanto, o caminho do PT nacional passa mais por Fernando Haddad.

Dentro da base ainda suscita discussões a situação do PP. Ciro Nogueira, presidente nacional da legenda de centro, proibiu o fechamento de alianças nos estados neste momento. A postergação da confirmação se deve ao fato de que os progressistas aguardam para saber se a candidatura à presidência de Rodrigo Maia (DEM-RJ) vai decolar.

O diretório baiano, comandado pelo vice-governador João Leão, traça sua estratégia vinculada ao projeto Rui Costa 2018. Entretanto, não pode “bater o martelo” até que o cenário nacional esteja definido. A saída de Ronaldo Carletto para o PR e os deputados estaduais que o seguirão não comprometem o “lugar de fala” do PP na chapa comandada pelo PT.

O PR também será chamado para conversa com Rui, mas isso só deve acontecer no final do mês. Dia 20, Carletto assina a ficha de filiação ao partido com o objetivo de dar musculatura aos republicanos e angariar uma vaga na disputa pelo Senado. A meta é vista como improvável no cozinha de Rui. Portanto, se levado até o fim, o PR irá para a chapa da oposição.

O PSB ganha nesta segunda-feira (12) o reforço do deputado estadual Marcelo Nilo. O ex-presidente da Assembleia Legislativa chega ao partido com o genro Marcelinho. Ambos com densidade eleitoral (Marcelinho é candidato a deputado estadual e Marcelo Nilo a federal).

A senadora Lídice da Mata pretende levar a candidatura à reeleição até que se esgote as possibilidades. Pode pagar o preço do naufrágio eleitoral, contudo, aposta que critérios como pesquisa e lealdade serão levados em conta no processo decisório. O problema é saber que peso será dado aos dois itens mencionados quando comparados a prefeituras, votos (prefeitos e deputados) e projeção de poder.

Chegando ao PSD, com quem o governador conversa esta semana, a prosa se dará mais para alinhar eventuais problemas que para definições. O partido comandado por Otto Alencar estará com Rui e, provavelmente, indicará Angelo Coronel para compor a majoritária disputando o Senado ao lado de Jaques Wagner.

O presidente da Assembleia tem dito que participar da chapa majoritária é destino, mas tem trabalhado sobremaneira para tornar-se viável e leve. Em outra ocasião afirmou que não será peso “morto” para ser carregado em chapa e que se de fato se tornar candidato, vai para contribuir com votos.

Antônio Brito, deputado federal, tem o nome posto para tarefa de representar o partido caso a vaga destinada ao PSD seja a vice-governador. Já os deputados federais Sérgio Brito, Paulo Magalhães e Zé Nunes querem apenas que Otto Filho, candidato a deputado federal, não concentre todos os votos da política que o pai detém.

Este é um dos pontos da conversa com Rui. Otto Filho tem potencial para ser o candidato mais votado da coligação, contudo, “a realidade pede para que saiba distribuí-los de modo a ajudar os correligionários”.

O governador tem um trunfo nas mãos. Trunfo relativizado pela própria história eleitoral recente da Bahia. As pesquisas demonstram crescimento de Rui em comparação ao virtual adversário ACM Neto. Mas,levantamento deste tipo não é bem uma “carta” segura nas mãos de quem venceu ao menos duas eleições com retratos adversos.

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