“Muitas vezes acusam-nos de sermos inimigos da liberdade. Ora, esta fortaleza vem colocar esta questão de como podemos estar contra a liberdade se tanto lutamos por ela e se tantas vidas e tantas liberdades os comunistas deram para que a liberdade existisse no nosso país, como aconteceu no 25 de abril”, afirmou Jerónimo de Sousa, analisando o contexto internacional.

O líder dos comunistas em Portugal defendeu que nunca se pode estar descansado “dando por adquirido aquilo que se pode perder, a liberdade”, motivo pelo qual o partido apoia o projeto de criação de um museu nacional dedicado à luta pela liberdade e pela democracia na Fortaleza de Peniche.

“Este local de memória, de resistência, de luta pela liberdade deve ser preservado, porque um povo que abdica da sua memória está também de certa forma a abdicar do seu futuro”, sublinhou, recordando que “muitos homens perderam a sua vida pessoal e familiar e acreditaram sempre que era possível alcançar a liberdade”.

Jerónimo de Sousa falava durante uma visita ao monumento, inserida numa ação de pré-campanha para as eleições autárquicas no concelho de Peniche, onde a CDU tem como cabeça-de-lista à câmara o atual deputado municipal Rogério Cação.

O atual presidente da câmara, António José Correia (CDU) está impedido de se recandidatar às eleições autárquicas de 01 de outubro, face à lei da limitação de mandatos, e surge como cabeça-de-lista à assembleia municipal.

Nas eleições autárquicas, concorrem seis candidatos à câmara de Peniche: Filipe de Matos Sales (PSD), a independente Márcia Henriques, Rogério Cação (CDU), o ex-presidente da câmara Jorge Gonçalves (PS), o independente Henrique Bertino, atual presidente da Junta de Freguesia de Peniche eleito pela CDU, e João Nuno Santos (CDS-PP).

A existência de seis cabeças-de-lista torna mais difícil a tarefa da CDU de manter a câmara.

Nas eleições autárquicas de 2013, a CDU elegeu três elementos para a Câmara, o PS dois e o PSD outros dois.

Em abril, o Governo aprovou um plano de recuperação para a Fortaleza de Peniche e para transformar esta antiga prisão do Estado Novo num museu nacional dedicado à luta pela liberdade e pela democracia, investimento que ascende a 3,5 milhões de euros.

Em setembro de 2016, a Fortaleza de Peniche foi integrada pelo Governo na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do programa Revive, mas passados dois meses foi retirada pela polémica suscitada em grande parte pela esquerda.

A Fortaleza de Peniche foi uma das prisões do Estado Novo de onde se conseguiram evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime ditatorial.

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