“Para a CDU [Coligação Democrática Unitária, que junta PCP e PEV], os programas eleitorais não são um mero elenco de propostas, mais ou menos sonoras, elaboradas para valer apenas como instrumento de apelo ao voto”, disse Jerónimo de Sousa na apresentação, que decorreu junto ao Teatro Nacional de São Carlos.

Estes documentos constituem “um compromisso que se quer ver respeitado e cumprido, pelo qual se presta contas e nos quais assenta esse elemento de confiança entre candidatos e população”, afirmou o líder comunista.

O candidato à Câmara Municipal, João Ferreira, também salientou esta questão, defendendo que “estes são alicerces de um programa alternativo de transformação da cidade” e que “sustentam grandes orientações de trabalho, inúmeras medidas e propostas concretas”.

“Orientações, medidas e propostas feitas por quem habituou os eleitores a nos seus documentos dizer apenas aquilo que defende e não prometer aquilo que não pretende cumprir”, afirmou.

Neste programa eleitoral, a CDU traça, ao longo de 45 páginas, “um novo rumo para Lisboa”, assente em 35 propostas concretas para uma cidade “com mais habitação, mais transportes públicos, mais emprego e mais direitos”.

Entre outras medidas, os comunistas defendem a suspensão da atribuição de novas licenças hoteleiras na capital, a criação de fundo municipal para reabilitação de edifícios arrendados, campanhas escolares de prevenção da discriminação, a construção de novas residências universitárias, melhores instalações para os bombeiros e para os serviços municipais, e um “Plano Geral de Drenagem realista”.

Esta tarde, João Ferreira salientou que a CDU quer construir uma cidade “onde o turismo se desenvolve de forma sustentável e harmoniosa”, e onde “há vida para além do turismo”.

Caso seja eleito, o candidato quer fazer da capital “uma cidade solidária, harmoniosa e saudável”, atenta “às necessidades das famílias e das comunidades” e onde o transporte público “é uma prioridade”.

Ainda no âmbito dos transportes, João Ferreira anseia planear e construir uma rede de parques de estacionamento públicos, “gratuitos para os utentes dos transportes públicos”.

“Lisboa pode, e vai ser, uma cidade mais sustentável nos domínios da energia, do saneamento e águas residuais, da higiene urbana e resíduos sólidos, do ordenamento e humanização do espaço público”, observou.

A nível cultural, Ferreira advogou que a cidade “de grandes vultos da literatura mundial, como Camões, Pessoa e Saramago, não tem até hoje, mas pode, deve e vai acolher um encontro literário cíclico de nível internacional”.

Falando em transparência, o candidato prestou-se a concretizar uma “política de informação regular sobre a atividade da autarquia e a prestação de contas sobre o trabalho realizado”.

 Na opinião do secretário-geral comunista, este programa “acolhe e responde às exigências de um projeto à dimensão de uma cidade que é capital e centro político do país”.

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