Prefeitura de Salvador Propõe Aumento de 50% na Altura de Prédios na Orla, Gerando Críticas Redação 19 de outubro de 2025 Destaque, Notícias, Salvador, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS A gestão do prefeito Bruno Reis (União) enviou à Câmara Municipal um projeto de lei que visa flexibilizar significativamente a construção de edifícios na orla de Salvador, área cobiçada pelo lazer dos moradores e por projetos imobiliários. A proposta permite um aumento de até 50% no limite de altura dos prédios que substituírem edificações deterioradas ou ocuparem espaços subutilizados.O projeto, que ainda será votado, também propõe isentar esses novos empreendimentos da obrigação de realizar estudos que avaliem o sombreamento das praias. Atualmente, a legislação de Salvador, historicamente mais rígida que a de outras capitais, impõe um teto de 75 metros (cerca de 25 andares) na orla atlântica e exige estudos técnicos para evitar sombras na areia entre 9h e 15h. A nova lei poderia elevar esse limite para 112,5 metros (mais de 35 andares) em casos específicos, sem a exigência de análise de sombreamento.Controvérsia e ReaçõesA iniciativa gerou forte reação do Ministério Público estadual (MP-BA), que recomendou a suspensão do projeto por considerar que ele antecipa a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), um processo que exige estudos técnicos e ampla participação popular, previsto apenas para 2026. A promotora de Justiça Hortênsia Pinho criticou o termo “espaço subutilizado” como genérico, alegando que o projeto oferece “carta-branca” para ampliar o gabarito e premia proprietários que não cumprem a função social de seus terrenos.Em nota, a prefeitura garantiu que, por meio de emenda, assegurou a realização de estudo específico de sombreamento mesmo para os casos excepcionais de altura elevada. No entanto, o líder da maioria na Câmara, vereador Kiki Bispo (União), indicou que o trecho sobre a dispensa do estudo de sombreamento deve ser revisto, afirmando: “Nenhum vereador em sã consciência vai flexibilizar o gabarito e permitir sombra na praia.”Movimentos sociais, como o Movimento Sem Teto da Bahia, criticam a falta de debate com a população. O contexto da discussão se intensificou após decisões recentes do Tribunal de Justiça da Bahia, que acatou parcialmente uma ação da oposição e suspendeu um artigo que dispensava o estudo de sombreamento em certos casos, citando impactos ambientais e na paisagem urbana.