Ministro Fernando Haddad Atribui Alta do Dólar à Eleição de Donald Trump e Reflete sobre Impactos na Economia Redação 7 de fevereiro de 2025 Destaque, Notícias, Política, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS Em entrevista à Rádio Cidade, de Caruaru, nesta sexta-feira (7), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a eleição de Donald Trump no final do ano passado foi um dos fatores que contribuíram para a alta do dólar, o que, por sua vez, encareceu combustíveis e alimentos no Brasil. “Depois da eleição do Trump, teve uma disparada no dólar, e a gente exporta gasolina e diesel, e isso tem um reflexo nos preços”, declarou.Haddad acredita que a pressão sobre o bolso do consumidor deve melhorar com a recente queda do dólar, que passou de R$ 6,10 para R$ 5,80 nos últimos dias. Ele também destacou a expectativa de uma safra recorde em 2025 e o fim do ciclo do boi, quando os pecuaristas reduzem os rebanhos para aumentar o valor por cabeça de animal.O ministro criticou a privatização das refinarias iniciada pelo governo Michel Temer e finalizada pela gestão anterior. “Os preços subiram no exterior, e o empresário quer lucrar e vai procurar o melhor negócio”, enfatizou.Haddad também apontou que o preço da gasolina está atualmente menor do que durante o governo Bolsonaro. No último dia 1º, a Petrobras anunciou um aumento de mais de 6% no preço médio do diesel para distribuidoras, fixando-o em R$ 3,72 por litro — uma medida que representa o primeiro ajuste no valor do combustível em mais de um ano.Além disso, ele mencionou que a valorização do dólar teve impacto no aumento dos preços dos alimentos, juntamente com uma seca no Rio Grande do Sul que afetou os preços da soja utilizada na produção de proteína animal.O ministro informou que a reforma tributária pretende reduzir a incidência de impostos estaduais sobre a cesta básica a partir de 2027, incluindo itens como carne. “O presidente Lula zerou impostos e a Constituição Federal vai impedir que os governadores cobrem imposto sobre a cesta básica”, explicou.Atualmente, o governo Lula enfrenta uma crise de popularidade atribuída principalmente ao aumento nos preços e à recente instrução da Receita Federal para intensificar a fiscalização do Pix. Haddad atua sob pressão do mercado financeiro para reduzir gastos e conter a evolução da dívida pública.Nos bastidores do governo, há relatos de atritos entre Haddad e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. O ministro também recebeu críticas públicas da presidente do PT, Gleisi Hoffman, em relação aos cortes promovidos pela Fazenda para respeitar o arcabouço fiscal. A meta estabelecida para este ano é de gasto zero, com uma margem de tolerância de 0,25% do PIB (cerca de R$ 31 bilhões).No final do ano passado, sob liderança de Haddad, o governo implementou um pacote de cortes que incluiu uma revisão para baixo no reajuste do salário mínimo. O novo valor foi fixado em R$ 1.508, em comparação à previsão anterior de R$ 1.518. Contudo, Haddad assegurou que mesmo com essa mudança na regra, o ajuste do salário mínimo foi superior à inflação: “Antes do governo Lula, ficamos sete anos sem aumento real no salário mínimo”.