Tarifaço de Trump une Brasil contra ameaça à soberania e alivia tensão política interna Redação 14 de julho de 2025 Destaque, Notícias, Política, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS A inesperada decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas ao Brasil gerou uma consequência incomum no cenário político nacional: a união de diferentes espectros em defesa da soberania do país. A justificativa de Trump, de retaliar o que chamou de “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro, provocou um alvoroço midiático que, ironicamente, ofuscou a crescente tensão entre os poderes Executivo e Legislativo no Brasil. Uma trégua temporária que, por ora, beneficia o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.Embora o mérito econômico das ações de Trump e da extrema-direita brasileira seja questionável, o impacto político foi imediato. Enquanto alguns tentam atribuir a “loucura trumpista” ao presidente Lula, a responsabilidade tem recaído sobre a articulação pela “anistia geral e irrestrita” defendida inicialmente por Eduardo Bolsonaro e agora incorporada ao discurso antipetista. Felizmente, uma parcela significativa da população parece não endossar essa conexão equivocada.Apesar do “efeito Trump” ter temporariamente distensionado a relação entre Executivo e Legislativo, com notas oficiais de Lula e dos líderes do Congresso em tons semelhantes, a batalha pelo reajuste do IOF continua. A expectativa é que uma conciliação, com possível participação do Supremo Tribunal Federal, ocorra ainda esta semana. Essa união de forças, impulsionada pela ameaça externa, pode ter facilitado o diálogo e tornado possíveis acordos antes improváveis.É importante notar que a questão do aumento do número de deputados federais, que aguarda sanção presidencial e para a qual Lula tem demonstrado resistência, pode ser um ponto de desgaste futuro, concentrado nos parlamentares. No entanto, o presidente brasileiro pode optar por assumir parte desse ônus para viabilizar outras pautas, como o reajuste do IOF.É crucial, contudo, que a ameaça de Trump não crie precedentes para a bajulação de falsos nacionalistas e a desnecessária defesa de anistias. É preciso manter o foco na capacidade de organização e na força das instituições brasileiras, evitando que a “boiada passe” enquanto a atenção está desviada. A esperança é que o Brasil consiga superar esses desafios.