Sobretaxa dos EUA sobre produtos brasileiros deve ter impacto limitado no PIB, segundo Ministério da Fazenda Redação 11 de julho de 2025 Destaque, Notícias, Política, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS O Ministério da Fazenda projeta que a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá um impacto concentrado em setores específicos e influenciará pouco a projeção de crescimento do PIB, que agora está estimada em 2,5%. Guilherme Mello, secretário de Política Econômica, indicou que pode haver uma realocação da produção para outros mercados ou um aumento da oferta de produtos como café e suco de laranja no mercado doméstico, devido à maior dificuldade de exportação.Mello explicou que setores com produtos tecnologicamente mais avançados e demanda específica podem sofrer mais, mas que a diversificação da pauta exportadora e dos parceiros comerciais do Brasil o torna menos dependente da economia americana do que no passado. Ele ressaltou que, embora haja um impacto macroeconômico, ele não seria tão relevante quanto seria se ocorresse há 20 anos.O impacto regional não será homogêneo, com estados como São Paulo e Espírito Santo tendendo a sofrer mais, pois São Paulo tem os Estados Unidos como seu principal parceiro comercial de exportação. Mello espera que essa situação mobilize os setores produtivos e governos estaduais a buscarem soluções.Quanto à inflação, o secretário evitou projeções em uma análise preliminar devido ao “elevado grau de incerteza”, mas destacou a necessidade de monitorar o efeito da guerra comercial sobre o câmbio. O dólar apresentava alta no momento da análise.Por outro lado, Mello apontou “potenciais vetores deflacionários”, como o aumento da oferta de produtos no mercado doméstico e o alívio na inflação de alimentos. Ele citou que produtos como carne, café, suco de laranja e pescados, que enfrentam maior dificuldade de exportação para os EUA, podem ter maior oferta no mercado interno, gerando efeitos deflacionários em itens que têm pressionado a alimentação.Atualmente, produtos importados pelos EUA do Brasil são sobretaxados em 10% desde 2 de abril, além das tarifas de importação já cobradas. Essa alíquota adicional de 10% será substituída pela de 50% a partir de 1º de agosto. A sobretaxa não se aplica a produtos que já sofrem tarifas setoriais, como aço e alumínio.