Na noite de sexta-feira (8), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) utilizou suas redes sociais para comentar sobre o ataque a tiros ocorrido no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O incidente, que deixou um homem morto e ao menos três feridos, parece estar vinculado ao crime organizado.

O ataque aconteceu na saída do terminal 2, na tarde da última sexta-feira. O alvo da ação criminosa era o empresário e corretor de imóveis Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que foi assassinado em um ato de vingança pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo o Ministério Público, Gritzbach estava sob suspeita de ter ordenado o assassinato de dois integrantes do PCC e havia fechado um acordo de delação premiada com a Justiça.

Gritzbach retornava de Goiânia acompanhado da namorada quando foi surpreendido por homens encapuzados que saíram de um Volkswagen Gol preto e dispararam contra ele. Os tiros foram efetuados nas proximidades do portão de desembarque, em meio a outros passageiros. Após o atentado, os atiradores fugiram no veículo, que foi encontrado abandonado pela polícia a cerca de 6 km do aeroporto. Dentro do carro, foram descobertos um colete balístico e munições de fuzil.

No momento do ataque, três policiais militares faziam a escolta do empresário. A corporação informou que os policiais se apresentaram espontaneamente à Polícia Civil e foram encaminhados à Corregedoria após prestarem depoimento. Todos os envolvidos serão afastados de suas funções enquanto as investigações prosseguem.

Quem Era Antônio Gritzbach

Antônio Gritzbach tinha um histórico conturbado com o PCC. Em 2021, ele foi acusado de ser o mandante do assassinato de dois homens ligados à facção: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e seu motorista Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Ele ficou preso até junho de 2023, quando foi liberado sob condições e passou a usar tornozeleira eletrônica.

De acordo com investigações do Ministério Público, a morte dos dois homens estava relacionada a desavenças financeiras. Cara Preta teria confiado a Gritzbach US$ 100 milhões para investir em criptomoedas, mas o dinheiro desapareceu antes que pudesse ser recuperado.

Em dezembro de 2023, Gritzbach sobreviveu a um atentado em um imóvel localizado no Tatuapé, zona leste da capital paulista. Na época, as autoridades já suspeitavam que sua morte era uma missão atribuída aos membros da facção criminosa.

Além disso, ele enfrentou novas acusações no final do ano passado por lavagem de dinheiro e financiamento à organização criminosa. As investigações indicam que Gritzbach utilizou recursos provenientes do PCC para adquirir imóveis em Bertioga.

Em março deste ano, ele firmou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público, revelando supostos esquemas envolvendo o PCC na contratação de jogadores do futebol brasileiro e internacional. As evidências apresentadas incluem contratos e registros de conversas que sugerem uma possível lavagem de dinheiro proveniente do tráfico na compra dos atletas.

O caso continua sob investigação e promete desdobramentos significativos no combate ao crime organizado no Brasil.