O Brasil ganhou, até o momento, cinco medalhas na 23ª edição da Surdolimpíada, que está sendo realizada este ano em Samsun no norte da Turquia. O nadador Guilherme Maia conquistou a inédita medalha de ouro, na prova de 200 metros livres, e também a de bronze, nos 100 metros livres.  As outras medalhas foram levada por Heron Rodrigues, no caratê, Alexandre Fernandes, no judô e pela equipe de futebol feminino, que derrotou na tarde de hoje (28) a equipe da Grã Bretanha.
Para a chefe da delegação Surdolímpica do Brasil, Mariana Hora, o desempenho do Brasil está superior ao das participações anteriores.
“Diante da nossa realidade de falta de investimentos financeiros para preparação dos surdoatletas, nosso principal objetivo aqui está sendo atingido: ganhar experiência e mostrar que o Brasil tem capacidade de se desenvolver no desporto de surdos”, destaca Mariana, que também é membro da diretoria da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS).
Segundo a chefe da delegação, nesta edição o Brasil levou muitas equipes com atletas participando pela primeira vez da Surdolimpíada. Nos esportes coletivos, apenas a equipe de vôlei masculino já participou anteriormente, em 2013. Além disso, badminton, tênis de mesa, taekwondo e wrestling também têm participações inéditas do Brasil.
Atualmente, o Brasil está em 25º lugar no quadro de medalhas. Em primeiro lugar aparece a Rússia, com 180 medalhas.
Em 2013, os brasileiros conquistaram quatro medalhas na Surdolimpíada realizada em Sofia, na Bulgária. Foram três medalhas de bronze (duas na natação e uma no karatê) e uma prata, na natação. Todas da natação foram conquistas de Guilherme Maia e a do Karatê foi de Heron Rodrigues.
Os surdos não participam dos Jogos Paralímpicos e têm uma competição específica, que é a Surdolimpíada (Deaflympics). Atualmente, o Comitê Internacional de Desportos de Surdos (ICSD) não é filiado ao Comitê Olímpico Internacional (COI) nem ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
Medalha de ouro
Primeiro atleta brasileiro a conquistar uma medalha de ouro em Surdolimpíadas, o nadador Guilherme Maia diz que a conquista deve servir como incentivo para as crianças surdas. “É importantíssima essa conquista, pois mostra ao mundo e ao Brasil que os surdos também têm potencial! As crianças surdas precisam de incentivo e de um ídolo!”, disse Maia à Agência Brasil, em entrevista por e-mail.
Guilherme conta que a conquista da medalha foi uma experiência “incrível”. “Não acreditava! A ficha não caia! O nervoso tomava conta de mim!.”
Para se preparar, disse que treinou até os últimos dias antes da viagem, com preparação física, massagens e supervisão alimentar.
Outros destaques
Além dos medalhistas, a chefe da delegação brasileira destaca a participação de outros atletas na competição, como a atleta surda com síndrome de Down Maria Fernanda Costa, de 15 anos, que participou do tênis de mesa. “Independente de resultados nas partidas, ela mostrou aqui que as pessoas com deficiência têm capacidades e podem superar limites”, disse Mariana Hora.
Ela destacou a equipe de judô, que conseguiu bons resultados, incluindo a participação inédita da atleta surda e cega Giovana Pilla.
Nas equipes coletivas, um dos destaques é a equipe de handebol, que participou do mundial em 2014 e agora participa da primeira Surdolímpiadas. “Apesar do resultado negativo nos números das partidas disputadas, a equipe demonstrou a evolução. O esforço dos atletas e técnicos merece ser reconhecido”, ressaltou.

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