Uma mulher teve parto realizado mesmo após morte encefálica em Sergipe. O caso, considerado raro, é apenas a quinta ocorrência no Brasil. A família da jovem autorizou a doação dos órgãos.

Uma mulher, não identificada, que teve morte encefálica decretada há mais de um mês deu à luz uma menina na noite dessa quarta-feira (8). A morte encefálica é, segundo definição do Governo Federal, “a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro”.

De acordo com informações, a mulher foi vítima de tiros no Bairro Lamarão, em Aracaju, no dia 17 de abril e foi levada às pressas para o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), mas teve a sua morte encefálica constatada menos de uma semana após o crime. Os médicos realizaram esforços por 21 dias, para fazer com que o feto, de 22 semanas, permanecesse vivo na barriga da mãe até que o parto fosse possível.

O parto estava previsto para ocorrer nesta quinta-feira (9), mas a paciente apresentou alterações em ultrassonografia e a equipe médica decidiu antecipar o procedimento. O bebê, uma menina, nasceu prematura, de 26 semanas, de parto cesariano e pesando apenas 580 gramas

A recém-nascida foi então encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, e, apesar da prematuridade, não apresentou nenhuma disfunção e tem seu estado de saúde estável. A família autorizou a doação de órgãos da mãe, e foram coletados rins, fígado e córneas. Além de Aracaju, os órgãos também foram destinados aos estados de Pernambuco e Ceará.