Para o presidente Jair Bolsonaro, o inquérito da Polícia Federal que resultou no indiciamento do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por esquema de candidaturas laranja do PSL em Minas Gerais, foi feito de “má fé” e “exagerado”. Segundo ele, a intenção não foi atingir o ministro, mas sim o presidente.

O jornal Folha de S.Paulo mostrou no último domingo (6) que um depoimento e uma planilha obtidos pela PF sugerem que recursos do esquema foram desviados para abastecer, por meio de caixa dois, a campanha presidencial de Bolsonaro.

Haissander Souza de Paula, assessor parlamentar à época do hoje ministro, disse que “acha que parte dos valores depositados” foi usado para pagar material de campanha de Álvaro Antônio e de Bolsonaro. “O delegado da Polícia Federal fez uma pergunta para o cara lá. ‘Esse recurso, que seria o caixa dois, foi usado na campanha do presidente Jair Bolsonaro?’ Ele disse: ‘Acho que sim’. Pronto, me carimbaram no processo. Isso aí é uma covardia. Quem fez esse inquérito aí agiu de má-fé. Ou devia se aprofundar. ‘Acho?’ Essa é a pergunta que se faz? O cara fala ‘acho’ e bota lá?”, declarou Bolsonaro, em live semanal no Facebook.

O presidente lembrou que parte da campanha eleitoral passou internado, após sofrer uma facada, e disse que não usou “um centavo do fundo partidário”. Na avaliação dele, a intenção é rotulá-lo de “corrupto” ou “dono de laranjal”. “A intenção não é atingir o ministro Marcelo Álvaro Antônio. Não sei se é culpado ou inocente. Pelo que eu sei, até o momento, há um exagero no inquérito, pelo eu sei até o momento. Vamos aguardar o desenrolar do processo. É um exagero, mas a intenção não é o Marcelo, em primeiro lugar sou eu, Jair Bolsonaro. Querer me rotular de corrupto ou dono de laranjal”, afirmou.

Conforme as investigações da Polícia Federal, em uma planilha nomeada como “MarceloAlvaro.xlsx”, há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão “out”, o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento “por fora”. A Folha revelou em fevereiro, a existência de um esquema de desvio de verbas públicas de campanha do PSL em 2018, que destinou para fins diversos recursos que, por lei, deveriam ser aplicados em candidaturas femininas do partido.

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