A ex-presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira (16) que vai processar o presidente Jair Bolsonaro pelas declarações do militar durante viagem aos Estados Unidos. A informação é do site do jornal “O Globo”.

Bolsonaro afirmou em discurso que: “quem até há pouco ocupava o governo tinha suas mãos manchadas de sangue da luta armada, matando inclusive um capitão, como eu. Eu rendo homenagem aqui ao capitão Charles Chandler, um herói americano. Talvez um pouco esquecido na história, mas que escreveu sua história passando pelo Brasil”, disse Bolsonaro homenageando o capitão do Exército dos Estados Unidos, Charles Chandler, morto pela guerrilha brasileira durante a ditadura militar.

Entretanto, embora a ex-presidente tenha integrado dois grupos de luta armada, entre 1967 e 1972, Dilma negou que tenha participado efetivamente de confrontos ou atentados e que a fala de Bolsonaro constitui uma “declaração mentirosa e caluniosa sobre minha história política”. “Durante a resistência à ditadura — e muito menos no período democrático —, jamais participei de atos armados ou ações que tivessem ou pudessem levar à morte de quem quer que seja. A própria Justiça Militar — as auditorias, o STM e até o STF — em todos os processos que foram movidos contra mim, comprovaram tal fato. Os autos respectivos documentam isso. Ao contrário dos heróis e homenageados pelo senhor Bolsonaro que, durante a ditadura e depois dela, tiveram suas mãos manchadas do nosso sangue – militantes brasileiros e brasileiras – pelas torturas e assassinatos cometidos contra nós”, disse a petista em nota.

“Minhas mãos estão limpas e foram fortalecidas, ao longo da vida, pela militância a favor da democracia, da justiça social e da soberania nacional. Foi esta luta que me levou à Presidência da República, cargo que honrei representando dignamente meu País, sem me curvar a qualquer potência estrangeira, respeitando todas as nações, da mais empobrecida à mais rica”, acrescentou o documento.

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