Rede e Novo lideram ‘bancada do Renova’, que não tem candidato do PT Redação 24 de agosto de 2018 Destaque, Política RenovaBR —grupo de capacitação de novas lideranças criado em 2017— terá 120 participantes disputando a eleição em outubro. A maioria deles é filiada a quatro partidos: Rede (20 pessoas), Novo (15), PPS (14) e PSB (13).Defensora de renovação política, a organização aparecerá nas urnas espalhada por 22 legendas. Das principais siglas em atividade no país, só o PT não tem representante no rol de apoiados pelo programa.A iniciativa, bancada com doações privadas, ofereceu cursos e preparação ao longo de seis meses para 133 pessoas de todos os estados (exceto Paraíba). Beneficiados receberam bolsas de R$ 5.000 a R$ 12 mil, a título de ajuda de custo, para que pudessem abrir mão do emprego durante o período das atividades. Alguns dispensaram a verba.Para o empresário Eduardo Mufarej, idealizador do projeto e um de seus principais financiadores (não diz valores), a distribuição dos candidatos demonstra quais partidos se mostraram mais abertos à entrada de novos quadros.Sobre a ausência do PT, ele diz não saber “responder precisamente” as razões. “A gente teve muitos partidos. Inclusive partidos mais à esquerda do que o PT. No caso do PT, foi um baixo volume de inscritos.”O processo seletivo recebeu mais de 4.000 inscrições. Nem todos os interessados em disputar cargo público chegaram ao Renova já filiados. Muitos aderiram às siglas depois.Na época da seleção, o PSTU chegou a anunciar que expulsaria integrante que aceitasse ser ajudado pelo grupo. A lista inicial de inscritos tinha um membro da legenda marxista, mas sua direção veio a público rechaçar laços com “milionários membros da burguesia”, como classificou os empresários ligados ao movimento.A relação final não conta com o PSTU, mas inclui partidos do campo da esquerda como PSOL, PC do B e PDT.Um dos critérios para a entrada no grupo era que o membro estivesse longe de posições extremistas e que demonstrasse ter compromisso ético e aversão à corrupção.Dos 120 candidatos, 119 disputam vagas nas Assembleias e no Congresso. Um deles, Milton Andrade (PMN), concorre ao governo de Sergipe.“A gente não enxerga como uma bancada. Não é uma meta nossa”, afirma Mufarej. Embora o fundador rejeite a nomenclatura, há a expectativa de que membros eventualmente eleitos busquem manter pontes entre si no Congresso.“Apesar de pertencerem a campos políticos diferentes, eles estão lutando pelas mesmas coisas. Têm um sentimento de unidade grande”, diz ele.Se as ideologias podem ser distintas, Mufarej não fala o mesmo sobre os princípios dos selecionados. Eles foram escolhidos em uma peneira que incluiu longas entrevistas, análise da ficha corrida e testes de integridade.“A sensação é que vamos ter a melhor safra de candidatos da história do Brasil, do ponto de vista de formação e intenções”, afirma o empresário.Homens dominamOs homens são maioria na lista (75%). O número de mulheres inscritas, diz o Renova, ficou abaixo do esperado.O Sudeste é a região com mais representantes. São Paulo (20%) e Rio (11%) são os estados que aparecem no topo.Entre os candidatos a deputado federal estão o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero (PPS-RJ), o servidor público Kayo Amado (Rede-SP), a engenheira Juliana Cardoso (PR-SP), o empreendedor Vinicius Poit (Novo-SP), o advogado Fabricio Cobra Arbex (PSDB-SP) e a cientista política Tabata Amaral (PDT-SP).Os participantes foram assistidos pela entidade até junho. O grupo tinha a preocupação de encerrar a formação antes do período eleitoral para evitar a acusação de praticar financiamento privado de candidaturas, que é proibido.Mufarej diz que ouviu agradecimentos de integrantes que, sem o apoio, teriam desistido de lançar a candidaturaEle evita fazer previsão sobre o percentual de eleitos. “Temos o desafio de eleger bons representantes e sabemos de todas as dificuldades, mas por falta de candidatos não será.”Luciano Huck, que quase foi candidato a presidente da República, se tornou o principal garoto-propaganda do Renova. O apresentador de TV costuma citá-lo como um dos movimentos cívicos apoiados por ele, em sua jornada para se engajar politicamente.Disposto a ser um “programa permanente de liderança”, o grupo abriu há alguns dias inscrições para a turma de 2019. São procuradas, de acordo com o site, pessoas com “vocação para mudar o país”. DEIXE UMA MENSAGEM Cancel ReplyYou must be logged in to post a comment.