A República da Irlanda anunciou neste sábado, 26, que mais de 1,4 milhão de pessoas (66%) votou pela legalização do aborto, na consulta popular realizada na sexta-feira, 25, no país. Cerca de 724 mil votaram pelo não’. O resultado é uma vitória histórica para os direitos das mulheres em um país tradicionalmente católico.

O texto atual está em vigor desde 1983 e não permite interrupção da gravidez nem em casos de estupro. O governo deve reformular a lei para permitir aborto nos 3 primeiros meses da gestação.

O primeiro-ministro Leo Varadkar chamou o resultado de “revolução silenciosa” e disse que a aprovação do referendo é histórica para a Irlanda e um grande ato de democracia.

“A dor dos maus-tratos causados às mulheres irlandesas por décadas não pode ser desfeita. No entanto, hoje, garantimos que elas não precisem mais passar por isso”, disse Varadkar.

A população foi questionada sobre a manutenção ou extinção da emenda constitucional aprovada em referendo de 35 anos atrás, que proibiu a interrupção da gravidez em qualquer hipótese. Em 2014, parte da proibição foi retirada para permitir o aborto somente em casos de risco à vida da gestante.

Ativistas que lutam por mais de três décadas para remover a proibição de aborto da Oitava Emenda da Constituição da Irlanda comemoram o resultado.

“Este é um dia monumental para as mulheres na Irlanda”, disse Orla O’Connor, codiretora do grupo Together for Yes. “Isto é sobre as mulheres tomando seu lugar de direito na sociedade irlandesa, finalmente.”

O referendo deve acabar com a necessidade de milhares de mulheres irlandesas viajarem para o exterior – principalmente para a vizinha Grã-Bretanha – para fazerem abortos.

A ministra da Infância e Juventude, Katherine Zappone, disse estar confiante de que a nova legislação pode ser aprovada pelo parlamento e implementada antes do final do ano.

“Estou muito emocionada”, disse ela. “Sou especialmente grata às irlandesas que se apresentaram para fornecer seu testemunho pessoal.”

DEIXE UMA MENSAGEM