O pré-candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, optou por uma solução caseira e escolheu o jornalista Manoel Canabarro para o comando do marketing de sua campanha eleitoral.

Considerado pupilo do publicitário Duda Mendonça, ele atua há mais de dez anos nas disputas eleitorais no Ceará e se tornou um dos principais conselheiros de imagem dos irmãos Ciro e Cid Gomes.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, tem fechado os últimos detalhes para a contratação do marqueteiro. O contrato, que já começou a ser formulado, deve ser assinado até o final deste mês.

Ciro conheceu Canabarro em 2006 pelas mãos de Duda, que foi um dos principais personagens do mensalão. Na época, um ano depois da deflagração do escândalo, ele sondou o publicitário para coordenar a campanha de Cid ao governo cearense.

Duda não pôde realizar o trabalho e indicou Canabarro, que fazia parte de sua equipe de publicidade. A personalidade do jornalista é comparada por quem trabalhou com ele com a de Ciro: “teimosa” e “difícil”.

“Ele é como o Ciro. O Ciro tem um estilo direto, mas consegue ser educado e gentil”, disse Duda à reportagem.
Nos últimos anos, Canabarro ganhou prestígio como marqueteiro e obteve uma sequência de vitórias em campanhas municipais e estaduais no Ceará. Ele não teve a mesma sorte, porém, em São Paulo.

Em 2004, ele assumiu de última hora a campanha de Marta Suplicy à prefeitura, que acabou derrotada. Ele foi escalado após a prisão de Duda, detido em flagrante quando participava de um rinha de galo no Rio de Janeiro.
Em 2012, ele participou da equipe de marketing da campanha de Gabriel Chalita a prefeito. A candidatura terminou em quarto lugar, com 13,6% dos votos válidos.

Ciro deve lançar o seu programa de governo em junho com foco em propostas para geração emprego. Uma das ideias é estimular políticas na área da construção civil, umas das que mais têm criado postos de trabalho no país.

A plataforma do pré-candidato tem sido preparada com a contribuição dos economistas Nelson Marconi e Mauro Benevides Filho. Para elaborá-la, Ciro tem conversado quinzenalmente com o filósofo Mangabeira Unger, que foi ministro de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Na área econômica, o programa adotará uma postura desenvolvimentista, com o poder público tendo papel relevante no crescimento econômico. Ele também estabelecerá limites para a privatização de empresas estatais.

A ideia é que Ciro seja oficializado candidato presidencial, em 20 de julho, sem definir o nome do vice. O PDT quer esperar até o último momento para tentar viabilizar uma dobradinha com o PT ou com o PSB.

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