O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) disse no plenário da Câmara que há um desvio de mais de R$ 680 milhões de medicamentos do Ministério da Saúde para a compra de votos de parlamentares na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer.

De acordo com o petista, o redirecionamento dos recursos chegou à Câmara através do PLN 33/2017, que prevê o cancelamento de gastos em diversas áreas do governo, como na assistência farmacêutica de R$ 180 milhões e nos medicamentos de alto custo de R$ 500 milhões. Por outro lado, são criados créditos de mais de R$ 6 bilhões destinados a pequenos investimentos que podem ser negociados com deputados para suas bases eleitorais, como a compra de 10 mil ambulâncias e construção de quadras esportivas, além de destinar mais R$ 100 milhões para publicidade.

“Pagar a conta de manter um presidente corrupto é caro, e pagar a conta de manter duas vezes é muito caro. O problema é quem paga a conta. Quem paga a conta é o povo brasileiro”, disse Solla, membro da Comissão Mista de Orçamento (CMO), que analisará a matéria. Solla disse ainda que apresentará emenda que cancela os cortes nos medicamentos, na vigilância à saúde e na atenção básica.

“É um escândalo cortar medicamentos de alto custo para fazer o varejo político comprando deputados para salvar Temer. Eu já recebi relatos de médicos de que está faltando Tacrolimo, um imunossupressor utilizado por transplantados para reduzir a rejeição dos órgãos transplantados. É grave, a dose entregue em outubro foi metade da recomendada”, disse.

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