Pescadores que realizavam mergulhos noturnos no rio Musi, perto de Palembang, na ilha indonésia de Sumatra, podem ter encontrado vestígios Srivijaya, a lendária Ilha do Ouro, um reino conhecido nos tempos antigos como uma civilização cuja riqueza era incalculável e que desapareceu no século 4.

A afirmação é do arqueólogo marítimo britânico Sean Kingsley. Segundo ele, os achados feitos pelos pescadores, que incluem moedas de diversos períodos históricos, peças de ouro e estátuas budistas cravejadas de pedras preciosas podem ser um sinal de que a Ilha do Ouro pode ter sido, enfim, descoberta.

Segundo o The Guardian, ele descreveu o tesouro como uma evidência definitiva de que Srivijaya se tornou um “mundo aquático”, assim como os textos antigos registram: “Quando a civilização chegou a fim, suas casas de madeira, palácios e templos afundaram junto com todos seus bens”.

A pesquisa será publicada na última edição da revista Wreckwatch, que Kingsley edita. O estudo sobre Srivijayan faz parte de uma publicação de outono de 180 páginas que aborda a China e a Rota da Seda Marítima.

Kingsley observou que, em seu auge, Srivijaya controlava as artérias da Rota da Seda Marítima, um mercado colossal no qual mercadorias locais, chinesas e árabes eram negociadas.

“Enquanto o mundo mediterrâneo ocidental estava entrando na idade das trevas no século 8, um dos maiores reinos do mundo surgiram no mapa do sudeste da Ásia”, escreve o arqueólogo em seu artigo. Por mais de 300 anos, os governantes de Srivijaya dominaram as rotas comerciais entre o Oriente Médio e a China imperial. Srivijaya se tornou a encruzilhada internacional para os melhores produtos da época. Seus governantes acumularam riquezas lendárias”.

Pescadores estão vendendo os tesouros

As razões que levaram o reino ao colapso ainda são desconhecidas. Kingsley especula que a causa pode ter sido “a resposta da Ásia a Pompeia, tornando-se vítima dos vulcões borbulhantes da Indonésia”. Ou então, que o rio sedimentado pode ter engolido a cidade.

Sem escavações oficiais, as evidências que poderiam responder a essas perguntas serão perdidas. Os tesouros agora recuperados pelos pescadores estão simplesmente sendo vendidos antes que os arqueólogos possam estudá-los adequadamente, indo parar nas mãos de negociantes de antiguidades, enquanto os pescadores que usam equipamentos de mergulho perigosos e baldes recebem uma ninharia do valor real.

“Eles estão perdidos para o mundo”, alertou Kingsley. “Vastas áreas, incluindo uma impressionante estátua budista em tamanho natural adornada com pedras preciosas, foram perdidas para o mercado internacional de antiguidades. Recentemente descoberta, a história da ascensão e queda de Srivijaya está morrendo de novo sem ser contada”, afirmou ele.

 

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