Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid avaliam que os novos indícios contra o governo relacionados à compra da Covaxin, imunizante indiano, aumentam a chance de responsabilização do presidente Jair Bolsonaro e analisam possível crime de prevaricação.

 

O grupo majoritário da Comissão, o chamado G-7, que inclui senadores independentes e de oposição, conclui que caso sejam comprovados os atos ilícitos na negociação da vacina contra a Covid-19 por um preço 1000% acima do oferecido pela própria Bharat Biotech em agosto de 2020, Bolsonaro deve responder pelo crime.

 

Existe ainda a suspeita de crimes de advocacia administrativa, que é usar a máquina pública para favorecer uma empresa. Apesar da repercussão nas redes sociais, eles reconhecem que ainda é cedo para se afirmar sobre crime de corrupção.

 

A análise foi feita em conjunto em reunião privada nesta quarta-feira, 23, no gabinete do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). Há uma grande expectativa sobre os desdobramentos nas próximas semanas com a revelação de novos documentos sobre a compra, intermediada pela empresa Precisa Medicamentos.

 

Em depoimento ao Ministério Público, um servidor do Ministério da Saúde disse ter sofrido uma pressão “atípica” para acelerar a documentação para liberar a compra do imunizante desenvolvido pela Bharat.

 

Irmão do servidor, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), conhecido como um youtuber pró-Bolsonaro, confirmou que o presidente foi alertado das suspeitas sobre os documentos envolvidos no negócio. As informações são da Folha de S. Paulo.

 

O conjunto de fatores contribuiu para a pressão em cima de Bolsonaro, principalmente pela aquisição da Covaxin ter acontecido em tempo recorde se comparado com vacinas que já vinham sendo negociadas há mais tempo e com mais credibilidade, como as da Pfizer e a própria Coronavac. Por último, a Covaxin ainda supera todas as outras no preço, sendo negociada no final por R$ 80 a dose.

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