Entre 2008 e 2018, na Bahia, a fatia do orçamento doméstico utilizada para pagar despesas em geral se reduziu e, em média, as famílias deixaram de fechar o mês no negativo. No entanto, quatro em cada dez famílias baianas ainda gastam mais do que ganham, e são justamente as que têm menos dinheiro disponível. Os dados constam da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano passado, em média, o orçamento mensal disponível das 4,9 milhões de famílias baianas era estimado em R$ 3.803,08. O total de despesas chegava a R$ 3.423,63, o que corresponde, em média, a 90,0% do orçamento das famílias no estado. O comprometimento do orçamento com despesas na Bahia era o 5º maior do país e estava acima da média nacional, que indica que 85,7% da renda das famílias brasileiras é destinado aos gastos.

Embora o comprometimento da renda ainda seja alto, a situação do estado já foi pior. Em 2008, em média, as famílias do estado gastavam 102,5% mais do que ganhavam, o segundo pior cenário do Brasil.

Em 2018, as cerca de 1,9 milhão de famílias na menor faixa de renda total (até R$ 1.908 ou 2 salários mínimos) dispunham, em média, de R$ 1.201,34 por mês e gastavam, ao todo, R$ 1.358,20, o equivalente a 113,1% do seu rendimento. Essas famílias eram as mais representativas no estado, 38,1% do total.

O nível de comprometimento do orçamento com despesas cai no grupo de famílias com rendimento entre R$ 1.908 e R$ 2.862 (91,8%) e volta a subir na faixa seguinte (95,8% entre as famílias com rendimento de R$ 2.862 a R$ 5.724).

A partir daí, o peso das despesas cai conforme aumenta o rendimento médio. As famílias com renda mensal maior do que R$ 23.850 são as que têm o menor comprometimento do orçamento (68,7%). Esse grupo corresponde a 1,3% do total.

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