Presidente Lula anunciará investimentos de empresas chinesas no Brasil em seminário em Pequim Redação 11 de maio de 2025 Destaque, Notícias, Política, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS Nesta segunda-feira (12), o presidente Lula deve revelar a primeira lista de novos investimentos de empresas chinesas no Brasil durante um seminário empresarial organizado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em Pequim.Entre os principais destaques, está a fabricante de semicondutores Longsys, que planeja construir unidades em São Paulo e Manaus. Além disso, o aplicativo de entrega Meituan levará ao Brasil seu braço internacional, Keeta, e a rede de sorvetes, chás e sucos Mixue, que se tornou a maior cadeia de fast food do mundo, superando o McDonald’s.Outros quatro investimentos significativos incluem a Envision, que atuará na produção de combustível sustentável de aviação (SAF); o grupo Baiyin Nonferrous, que fará a aquisição de uma mina de cobre em Alagoas; o DiDi, responsável pelo aplicativo de transporte 99, que investirá na eletrificação de veículos; e três empresas chinesas que se unirão à Nortec Química para desenvolver insumos farmacêuticos ativos (IFAs).Ainda há mais negócios em negociação que podem ser incluídos no anúncio desta segunda-feira. Um deles é uma parceria entre a Sinovac e a Eurofarma, que já teria sido fechada, conforme informações de um executivo da empresa chinesa.“É impressionante a dinâmica que a relação do Brasil com a China está adquirindo”, afirmou Jorge Viana, presidente da Apex. Ele mencionou que o investimento total previsto para este ano pode alcançar US$ 17 bilhões. “Isso nunca aconteceu.”Além dos investimentos chineses no Brasil, Viana ressaltou que os fluxos de investimento na direção oposta também estão se acelerando. A BR Foods inaugurará uma fábrica na China no próximo dia 15 para produzir hambúrgueres, nuggets, bacon e outros produtos, processando carne brasileira para distribuição local.Viana projetou um fluxo comercial e de investimento total entre Brasil e China que pode chegar a um trilhão de reais neste ano. Ele detalhou os valores dos investimentos que terão suporte da Apex: Meituan com R$ 5,6 bilhões, Mixue com R$ 3,2 bilhões e Envision com R$ 5 bilhões.A nova dinâmica nas relações do Brasil não se limita à China. Viana atribui parte desse movimento ao “mundo de mais incertezas” comerciais decorrentes da guerra tarifária global. “Acabei de participar de um encontro na Europa que também foi impressionante. Todos buscam mais segurança.”O seminário em Pequim ocupará quase todo o dia da delegação brasileira e foi solicitado à Apex há apenas dez dias. Já atraiu 500 representantes de empresas chinesas e 200 brasileiras, superando a capacidade esperada.Das 9h às 18h, representantes de grandes grupos chineses como BYD, Cofco e Luckin falarão ao lado de autoridades brasileiras como Davi Alcolumbre, presidente do Congresso Nacional, e o próprio Lula.Zhou Zhiwei, especialista em Brasil da Academia Chinesa de Ciências Sociais, destacou que “a cooperação em semicondutores é algo que vale muito a pena ser observado”. Ele observou que tanto a China quanto o Brasil têm políticas para promover essa indústria, tornando-a uma área prioritária para cooperação científica e tecnológica entre os dois países.Zhou também comentou sobre “o desejo brasileiro de melhorar a independência tecnológica e desenvolver infraestrutura”, inclusive ferrovias ligando o Atlântico ao Pacífico. “Espero que esta visita contribua para o acesso do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota.”